O filho de Gal Costa, Gabriel Costa, e viúva da cantora, Wilma Petrillo, travam uma batalha na Justiça pela herança da artista, que morreu em novembro de 2022. Os dois falaram com exclusividade ao Fantástico sobre o último dia de vida de Gal.
O filho da cantora alega que Gal e Wilma não eram um casal e que, portanto, Wilma não tem direito à metade do patrimônio. Já Wilma, que morou com Gal por mais de 20 anos, diz que elas nunca deixaram de ser um casal.
Na certidão de óbito de Gal constam parada cardíaca e câncer. Segundo Wilma, foi depois da primeira sessão de radioterapia que Gal Costa começou a passar mal: “Chegou aqui super enjoada”.
“Eu fiquei com minha mãe na sala assistindo TV um pouco com ela. Ela estava bem, estava tranquila. Só que ela pediu para gente subir. Aí nós três subimos. A Wilma, eu e minha mãe”, relembrou Gabriel.
Wilma falou sobre os momentos com Gal no quarto. Segundo ela, a cantora parecia estar “ofegante e com frio”.
“Fui no quarto da minha mãe dar boa noite para ela. Só que nisso a Wilma falou que ela não estava bem. Tava com calafrio, tinha vomitado. E que já tinha dado remédio para ela. Fiquei um pouco lá com ela e fui dormir”, acrescentou Gabriel.
Ainda de acordo com Wilma, naquele dia, Gal acordou, afirmou estar melhor e disse: “Então vai ser assim. Você vai ficar comigo até… Eu já não sei mais viver sem você.”
A viúva disse que achou que Gal iria vomitar nesse momento e chamou Gabriel para ajudar a virar a cantora.
“Umas 4h30, 5h, eu fui acordado pela Wilma. Ela me chamando no quarto da minha mãe para ajudar ela a botar minha mãe na cama”, relembrou.
Quando Gabriel chegou ao quarto, Gal não respondia aos chamados: “Eu estava vendo que minha mãe não estava respondendo, eu comecei a ficar um pouco mais desesperado”.
Wilma posicionou a mão no pescoço da Gal, mas não tinha pulso.
“Ela estava começando a ficar fria. Tava começando a ficar pálida, a boca dela tava roxa. Liguei para ambulância do Samu”, contou Gabriel. O jovem diz que, instruído pelo Samu, fez massagem cardíaca até a chegada da ambulância.
Segundo ele, quando o Samu chegou, os profissionais de saúde notaram manchas vermelhas no corpo de Gal. “Eles mesmo falaram: ‘Quando tem essa mancha, é porque o coração parou de funcionar’”, Gabriel.
Ele contou que uma médica do Samu constatou a morte: “Começaram a conversar ali entre médicos. (…) Comecei a chorar muito lá no meu quarto. Quando que ouvi que deu óbito, dei uma saída, porque eu precisava respirar.”
O jovem afirmou ao Fantástico que o corpo de Gal ficou no quarto até o dia do sepultamento.
Em uma situação como essa, de morte em casa, normalmente o corpo passa antes pelo IML ou pelo sistema de verificação de óbito, para identificar a causa da morte. Mas Wilma não quis que a autópsia fosse feita.
“Não teve autópsia. Então não tinha como eles saberem se foi algo a mais profundo. Algo a mais que a parada cardíaca. (…) Porque eu queria ter certeza se foi realmente isso”, explicou Gabriel.
Na certidão de óbito de Gal, consta que a causa foi infarto agudo do miocárdio e neoplasia maligna, câncer, de cabeça e pescoço.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, “o atestado de óbito não foi fornecido pelo Samu”. E que “a equipe, em situação de óbito, deverá obrigatoriamente constatá-lo, não atestá-lo”.
A secretaria disse ainda que “o atestado apenas pode ser emitido por um médico, ciente dos antecedentes patológicos da vítima, e em condições de estabelecer todas as etapas que levaram à morte.”
A médica que atestou o óbito se chama Francisca Giselle Rocha Moura. Ela é da equipe que tratava o câncer de Gal Costa. O Fantástico procurou Giselle, mas ela não quis falar, alegando questões éticas.
FONTE: Por G1