Medida é facultativa, ou seja, escolas particulares podem optar se realizam ou não atividades letivas para ensino infantil e creches neste momento.
As aulas presenciais para crianças de até 5 anos foram retomadas nesta segunda-feira (8) em algumas escolas particulares de Manaus. No último decreto, anunciado na sexta-feira (5), o governo do Amazonas autorizou o retorno das instituições com atividades letivas presenciais para ensino infantil ou creches.
A medida é facultativa, ou seja, escolas particulares podem optar se realizam ou não atividades letivas para ensino infantil e creches neste momento. A escola que opta por voltar a receber os alunos deve ter capacidade máxima de 50% nas salas.
Nesta segunda-feira (8), o G1 esteve em uma escola particular no Centro de Manaus. A diretora Laura Cristina Vital explicou como está sendo a retomada das aulas presenciais.
“O nosso protocolo de segurança está com o uso do álcool em gel, uso das máscaras e barreiras acrílicas nas salas de aula. A escola já está toda adesivada com o espaçamento correto, temos também os informativos espalhados na parede e já fizemos a capacitação dos profissionais que estão trabalhando. As professoras estão com o uso dos EPIs”, explicou.
A diretora contou que as crianças, quando chegam na escola, passam pelo procedimento da triagem, com a aferição da temperatura, a lavagem das mãos e passagem pelo tapete sanitizante.
“Durante a rotina da criança na escola, a gente faz a troca da máscara. Colocamos também dentro da nossa rotina os hábitos de higiene da lavagem das mãos constantemente”, disse.
A diretora também explicou que, comparado ao ano de 2020, quando as aulas retornaram em julho, a escola tinha apenas três alunos em suporte remoto. Em 2021, por conta da nova cepa e o colapso que o Amazonas enfrentou durante a segunda onda, o número aumentou. Ela acredita que os pais estão mais inseguros ao mandar os filhos para as escolas.
Ao todo, a escola possui 180 alunos, mas presencialmente, atua com apenas 50% da capacidade de forma presencial.
A professora de educação infantil Márcia Dutra, de 36 anos, contou que está tomando todas as medidas dos órgãos de saúde para a segurança dos alunos e profissionais.
“Estamos tendo um cuidado, é uma nova adaptação, um novo normal que estamos vivendo agora. Além disso, vamos ter um suporte remoto para os alunos que vão ficar em casa, que ainda não estão se sentindo seguros a voltar para a escola. Vamos fazer esse trabalho: pelo horário da manhã estamos na escola com os alunos presenciais e à tarde vou gravar aula com o conteúdo atualizado para os alunos que vão ficar em casa com o suporte remoto. É bem puxado, estamos trabalhando dobrado”, contou a professora.
Na rede pública, as aulas tiveram início no dia 18 de fevereiro, com ensino 100% remoto. Ainda não há previsão para o retorno das aulas presenciais.
No início de fevereiro deste ano, o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino Privado do Estado do Amazonas (Sinepe-AM) previu que, pelo menos, 35 mil trabalhadores do setor fossem demitidos por conta de impactos da pandemia.
Inadimplência em alta, cancelamento de matrículas e desconto obrigatório nas mensalidades foram apontados como fatores de risco para o setor. O cenário atual do setor foi alertado no mês de fevereiro deste ano, durante audiência na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam).
Decreto permite o funcionamento de escolas de educação infantil em Manaus a partir desta segunda-feira (8) — Foto: Eliana Nascimento
Crise sanitária
O Amazonas chegou ao total de 324.103 casos confirmados e 11.262 mortes por Covid desde o começo da pandemia. O estado encontra-se na fase vermelha, atrás apenas da roxa, no grau de risco de transmissão de Covid.
O início do ano foi difícil, com recorde de internações e mortes por Covid causadas pelo colapso dos hospitais da capital amazonense.
Em março, porém, a média de enterros diários em Manaus teve uma queda de 67,1% nas últimas sete semanas, conforme dados da prefeitura. Nesta semana, de 28 de fevereiro a 6 de março, a capital registrou o menor índice de sepultamentos de 2021, após alcançar recordes na segunda onda da Covid-19.
Na sexta-feira (5), o governo anunciou um novo decreto com ampliação dos horários de abertura de lojas em geral, shoppings centers e restaurantes. As novas medidas entram em vigor a partir desta segunda-feira (8) e serão válidas por 15 dias.
FONTE: Eliana Nascimento, G1 AM