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Lula pretendia entregar a Biden acordo do Brasil com empresas de aplicativos; impasse frustrou intenção, dizem fontes

Segundo integrantes do governo e representantes das plataformas, acordo travou por conta de um impasse em relação à natureza jurídica dos motoristas

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Presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Joe Biden em reunião em Nova York, em 20 de setembro de 2023. Ricardo Stuckert / PR

No encontro bilateral com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, nesta quarta-feira (20), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pretendia apresentar um acordo de seu governo com as empresas de aplicativo, mas a intenção do presidente brasileiro acabou frustrada porque a negociação não foi fechada a tempo.

Segundo integrantes do governo e representantes das plataformas de tecnologia que estão à frente das tratativas, o acordo para a regulamentação do trabalho por aplicativo travou por conta de um impasse em relação à natureza jurídica dos motoristas.

O governo, de acordo com relatos feitos à CNN, defende que os trabalhadores sejam enquadrados como prestadores de serviços; já as empresas preferem a classificação “intermediação de negócios”.

Embora o governo garanta que a nova categoria de trabalho não estabeleça vínculo empregatício, as plataformas argumentam que, ao ser colocada em um documento oficial, a classificação pode criar insegurança jurídica.

Na semana passada, por exemplo, a Justiça do Trabalho condenou a Uber a pagar R$ 1 bilhão em danos morais coletivos e a assinar as carteiras de trabalho de todos os motoristas cadastrados na plataforma no Brasil. A sentença foi proferida pela 4ª Vara do Trabalho de São Paulo.

O juiz Maurício Pereira Simões entendeu exatamente isso: que todos os motoristas cadastrados na Uber cumprem os requisitos do direito trabalhista que caracterizam um vínculo empregatício. A empresa já anunciou que vai recorrer.

Embora a decisão judicial não tenha influenciado diretamente o debate entre as empresas e o governo, ela acontece no momento em que há esse impasse sobre a natureza jurídica dos trabalhadores.

O impasse, no entanto, não significa que as negociações pararam. A ideia é que governo e as plataformas consigam chegar a um termo de entendimento até o fim do mês.

Por enquanto, segundo a CNN apurou, já há ao menos três consensos:

  • o recolhimento da contribuição previdenciária pelas firmas,
  • a garantia aos trabalhadores de um rendimento mínimo,
  • o que é chamado de transparência algorítmica, em que as empresas se comprometem a divulgar, de forma clara, aos trabalhadores, relatórios de suas atividades e seus ganhos.

O termo de entendimento que está sendo discutido entre governo e empresas vai servir como subsídio para a formatação de projeto de lei a ser fechado pelo Ministério do Trabalho para ser enviado ao Congresso.

FONTE: Por CNN

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