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Agências de imigração nos EUA determinam fim do uso de termos ‘desumanos’

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Foto: ADREES LATIF/REUTERS

Entre as mudanças, o termo “estrangeiro” será substituído por “não cidadão” ou “migrante”

Os líderes de duas agências de imigração dos EUA emitiram, uma nova orientação ordenando aos funcionários que acabem com o uso de termos como “estrangeiro ilegal” (denominado “alien”, em inglês) e “assimilação”, de acordo com autoridades, palavras que os defensores da imigração criticaram como desumanas. 

O comunicado emitido por Tae Johnson e Troy Miller, os chefes interinos da Imigração e Fiscalização Aduaneira e Alfândega e Proteção de Fronteira, delineou a linguagem atualizada para todas as comunicações externas e internas, para se alinhar com a orientação da administração Biden em relação à terminologia de imigração.

O termo “estrangeiro” será substituído por “não cidadão” ou “migrante”. Já o termo “estrangeiro ilegal”, deverá ser substituído por “indivíduo não documentado” e “assimilação” será alterado para “integração”. 

“Fazemos cumprir as leis de nossa nação e, ao mesmo tempo, mantemos a dignidade de cada indivíduo com quem interagimos. As palavras que usamos são importantes e servirão para conferir ainda mais essa dignidade àqueles sob nossa custódia”, afirma o comunicado de Miller.

O Immigration and Customer Enforcment (ICE) disse à CNN, por meio de um comunicado, que a agência estava “adotando terminologia para ajudar a reconstruir a confiança do público e remodelar a imagem da agência. A mudança reflete o compromisso do ICE de tratar todos com quem interagimos com respeito e dignidade, ao mesmo tempo que faz cumprir as leis de nosso país.”

A mudança de terminologia formal acontece após as políticas de imigração de linha dura do governo Trump. O termo “estrangeiro” foi frequentemente utilizado pelo presidente Donald Trump em discursos, enquanto alertava sobre o que considerava os perigos da imigração ilegal sem controle.

Defensores dos direitos dos imigrantes há muito condenam o termo “estrangeiro ilegal” como uma calúnia desumanizante. No passado, as autoridades apontaram a prevalência do termo nas leis dos EUA para defender suas escolhas de palavras.

O presidente Joe Biden procurou tomar medidas deliberadas para reconhecer os Estados Unidos como “uma nação de imigrantes”, incluindo em sua proposta de reforma da imigração, disse seu governo.

O governo Biden continua lutando contra o fluxo de migrantes na fronteira sul. O número de crianças desacompanhadas, sob custódia da Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA, uma agência que não se destina a cuidar de crianças por longos períodos de tempo, atingiu um pico dramático durante o mês de março.

Em uma mudança notável no fim de semana, Biden descreveu o influxo de crianças migrantes na fronteira sul como uma “crise” – um termo que funcionários do alto escalão se recusaram a usar, chamando a situação de “desafio”.

A Casa Branca tentou reverter os comentários do presidente na segunda-feira, alegando que Biden estava se referindo às condições nos países do Triângulo Norte de onde os migrantes estão vindo, e não ao aumento de crianças migrantes sob custódia dos Estados Unidos.

O governo Biden não é o único a chamar a atenção para a linguagem usada para caracterizar a imigração. O ex-presidente George W. Bush pediu no domingo ao Congresso que suavize a “retórica dura” sobre a imigração, acrescentando que espera que isso “estabeleça um tom mais respeitoso” para com os imigrantes e leve à reforma.

FONTE: Priscilla Alvarez, Maria Santana e Caroline Kelly, da CNN

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