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Site da USAID volta ao ar com nota de despedida; funcionários da agência serão postos de licença

Trump anunciou na terça que fechará agência governamental, que é responsável por cerca de 40% de toda a ajuda humanitária aplicada no mundo. Elon Musk chamou órgão de 'ninho de vermes'.

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Site da USAID volta ao ar com nota de despedida em 5 de fevereiro de 2025. — Foto: Reprodução

Após o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar o fechamento da Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (USAID, na sigla em inglês), o site da agência amanheceu nesta quarta-feira (5) com uma nota de despedida.

O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou na terça que fechará a agência, responsável por cerca de 40% de toda a ajuda humanitária aplicada no mundo, após ser criticada por Elon Musk.

Todos os funcionários não essenciais da agência humanitária serão postos de licença a partir das 11h59 de sexta-feira no horário de Washington D.C. (1h59 de sábado no horário de Brasília), segundo a nota da agência. O site da agência estava fora do ar desde sábado.

Os funcionários que estão no exterior serão reenviados aos EUA em até 30 dias, e os empregados com funções essenciais receberão novas instruções.

O fechamento da USAID representa uma vitória para o bilionário Elon Musk, que anunciou na segunda-feira (3) a intenção de encerrar os trabalhos do órgão. Atualmente, Musk está comandando o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês).

Trump disse na terça-feira que a USAID está repleta de fraudes, mas não especificou quais irregularidades existem na agência. Musk havia dito que o órgão humanitário é “um ninho de vermes”.

Criada no auge da Guerra Fria, a USAID coordena e distribui toda a ajuda dos Estados Unidos enviada para situações de conflitos ou emergências pelo mundo. Só em 2024, a USAID respondeu por nada menos que 42% de toda a ajuda humanitária do mundo rastreada pela Organização das Nações Unidas (ONU). Conheça mais sobre a agência aqui.

A USAID foi idealizada pelo ex-presidente John F. Kennedy durante a Guerra Fria para ampliar a presença dos EUA no mundo e combater a influência soviética. Mais recentemente, a agência também concorria com a crescente influência do programa de ajuda externa da China, o “Belt and Road”.

Em 1961, Kennedy assinou uma ordem executiva estabelecendo a USAID como uma agência independente — ou seja, que não está submetida a uma secretaria de governo, que responde diretamente ao presidente. A Nasa e a CIA são outros exemplos de agências independentes.

As agências independentes possuem mais autonomia em relação à Casa Branca para definir suas prioridades e manejar seus orçamentos, apesar de pertencerem ao braço Executivo do Estado.

Desde o início deste ano, no entanto, a USAID tem sido um dos alvos de ataques de Trump contra órgãos do governo norte-americano.

“A USAID é administrada por um bando de lunáticos radicais. E estamos tirando todos de lá”, disse Trump a repórteres na noite de domingo (2).

Recursos
Fachada da sede da USAID, a agência de ajuda humanitária dos EUA, em 1º de fevereiro de 2025. — Foto: Annabelle Gordon/ Reuters
Fachada da sede da USAID, a agência de ajuda humanitária dos EUA, em 1º de fevereiro de 2025. — Foto: Annabelle Gordon/ Reuters

Com mais de 10 mil funcionários, a USAID também o maior doador individual do mundo.

No ano fiscal de 2023, os EUA destinaram por meio da agência um total de US$ 72 bilhões (cerca de R$ 420,7 bi) em ajuda humanitária para diversas áreas, incluindo saúde feminina em zonas de conflito, acesso à água potável, tratamentos para HIV/AIDS, segurança energética e combate à corrupção.

Os EUA são de longe o maior doador do planeta de ajuda humanitária — ainda assim, o país gasta, anualmente, menos de 1% de seu orçamento em assistência estrangeira, valor proporcionalmente menor do que diversos países.

Apesar de ser um ator importante no financiamento de ações humanitárias no mundo, a USAID nunca agiu de forma totalmente independente. Ela frequentemente atuou de forma controversa, sendo acusada de operar em colaboração com a CIA e até na desestabilização de governos de outros países.

Em 2002, uma comissão do governo do Peru concluiu que a USAID ajudou a financiar uma política de esterilizações forçadas de mulheres indígenas durante o governo de Alberto Fujimori, nos anos 1990.

Argumentos de Musk
Segurança revista caixas da USAID, maior agência humanitária dos EUA que Elon Musk quer fechar. — Foto: Fernando Vergara/ AP
Segurança revista caixas da USAID, maior agência humanitária dos EUA que Elon Musk quer fechar. — Foto: Fernando Vergara/ AP

FONTE: Por G1

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