Ovos fertilizados como os que geraram o nascimento de quatro codornas em supermercado do Piauí podem chegar aos consumidores por conta de descuidos na produção e às vezes acabam eclodindo por causa de condições do ambiente.
As normas do setor não autorizam que esses ovos com embrião, chamados de galados, sejam comercializados nos supermercados. Mas quando isso acontece não há qualquer risco aos consumidores.
É o que explica o pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Elsio Figueiredo, especialista na produção de suínos e aves (veja vídeo acima).
“É comum. Se você mantiver macho junto com fêmea [na produção] vai ter ovos fertilizados e, com essa temperatura que tem aí na região, é bem fácil de eclodir esse pintinho”, explica, sobre o episódio no Piauí.
Cuidados na produção
Esses episódios podem ser evitados com um cuidado maior dos produtores, que às vezes não diferenciam os machos das fêmeas e dessa forma correm o risco de enviar ovos fecundados aos supermercados.
“As pessoas têm que prestar muita atenção porque os machinhos são um pouco menores que as fêmeas”, relata.
Ele acrescenta que a maioria dos produtores de ovos não fertilizados compra apenas fêmeas, que não dependem dos machos para botar ovos sem embriões.
A liberdade que se dá (ou não) às galinhas no processo de chocar é que determina o tipo de ovo, seja ele de granja, caipira, galado ou orgânico.
ENTENDA ABAIXO:

Qual a diferença do ovo fertilizado?
Os ovos fertilizados não têm diferença nutritiva ou sanitária dos ovos comerciais.
O que os difere é o público-alvo, explica o pesquisador. O ovo que se encontra nos supermercados é um produto que não deve estar fertilizado.
Já o ovo fertilizado é direcionado para a venda à indústria na produção de bolacha, pão, massa, entre outros produtos. Esse produto também é fundamental para o teste de vacinas.
“Tem umas normativas para proteger o mercado de que as empresas que incubam ovos para fazer frango de corte, quando está sobrando ovo fertilizado, não coloquem à venda como se fosse o ovo de mesa”, conclui Elsio Figueiredo.

FONTE:Por G1/Foto: Arquivo Pessoal