Os Estados Unidos compartilharão até 60 milhões de doses de sua vacina AstraZeneca com outros países assim que estiverem disponíveis, diz a Casa Branca.
As doses poderão ser exportadas nos próximos meses, após uma revisão federal de segurança, relata a agência de notícias AP.
Embora o jab AstraZeneca seja amplamente utilizado em todo o mundo, a Food and Drug Administration (FDA) dos EUA ainda não o autorizou.
Os EUA estão sob crescente pressão para compartilhar seu suprimento de vacinas.
Os EUA têm um estoque da vacina, embora o FDA ainda não a tenha aprovado.
Na segunda-feira, a Casa Branca disse que esperava que cerca de 10 milhões de doses da vacina AstraZeneca pudessem ser lançadas quando o FDA concluir sua análise nas próximas semanas.
Ele disse que mais 50 milhões de doses estavam em vários estágios de produção.
Em uma coletiva de imprensa, a porta-voz da Casa Branca Jen Psaki disse que os funcionários da FDA realizariam verificações de qualidade nas doses antes de serem exportadas.
“Nossa equipe compartilhará mais detalhes sobre nosso planejamento e quem receberá as ofertas daqui, mas estamos em processo de planejamento neste momento”, acrescentou.
Os Estados Unidos anunciaram recentemente que forneceriam imediatamente matéria-prima para os fabricantes indianos de vacinas, enquanto o país enfrenta um aumento devastador de casos.
Em um telefonema com o primeiro-ministro indiano Narendra Modi na segunda-feira, o presidente Biden prometeu mais assistência emergencial “incluindo suprimentos relacionados ao oxigênio, vacinas e terapêuticas”, disse um comunicado da Casa Branca.
EUA aproveitam chance de ‘diplomacia de vacina’
O tratamento da pandemia de coronavírus nos Estados Unidos teve muitas deficiências, mas a produção de vacinas não é uma delas. O governo Biden tem uma abundância de jabs e agora está compartilhando parte dessa generosidade com outros países.
A decisão de enviar 60 milhões de doses da vacina AstraZeneca – que ainda não foram aprovadas para uso nos EUA – chega em um momento crítico, com os vizinhos dos EUA Canadá e México continuando a lutar e a Índia enfrentando um aumento devastador de casos .
Isso dá ao governo Biden a oportunidade de se envolver na “diplomacia de vacinas” – usando as remessas para pressionar outras nações a seguir o exemplo e gerar boa vontade que pode ajudar a promover outras prioridades da política externa dos EUA.
No mínimo, inocula Joe Biden das críticas de que os EUA deram as costas ao mundo ao tomar milhões de doses que não eram necessárias – ou desejadas – quando poderiam estar salvando vidas.
O risco doméstico para o presidente parece mínimo, enquanto a oferta dos EUA se mantiver. Isso sinaliza a crescente confiança do governo de que o desafio doméstico pela frente não é ter jabs suficientes, mas convencer todos os americanos a receber as vacinas que já estão disponíveis.
FONTE: BBC NEWS
