Senadores da bancada de estados do Norte do país se queixaram ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre uma “má vontade” da ministra do Meio Ambiente e Mudança Climática, Marina Silva.
Com a proximidade das eleições de 2026, que garantirão a renovação de 2/3 do Senado, a reclamação está relacionada às dificuldades impostas pela pasta comandada por Marina a projetos que possam ter forte apelo eleitoral para os parlamentares.
A queixa número um também é transmitida por outros membros do governo: o processo para viabilizar a autorização para que a Petrobras faça pesquisas na Margem Equatorial do Amapá.
Há dois meses, o próprio Lula, ao falar sobre a pauta, falou em “lenga-lenga” e deixou transparecer o descontentamento com o processo.Play Video
Durante o encontro com senadores na semana passada, Lula teria dado expectativa aos parlamentares de que a licença para exploração de petróleo na região avançaria.
Dois dias depois, o petista ouviu do Cacique Raoni, que é líder do povo Kayapó e reconhecido internacionalmente pela luta das causas indígena e da Amazônia, que o governo não deveria explorar petróleo na região.
Rodovia BR-319
Senadores também se queixaram sobre a falta de liberação para asfaltar a BR-319, que liga as capitais Manaus (AM) e Porto Velho (RO). A alegação foi de que se licença não sair, a reeleição deles pode ser prejudicada.
A BR é conhecida como “rodovia da lama” ou “rodovia fantasma” em razão dos trechos intransitáveis registrados há décadas entre os dois estados. Nos últimos anos, diferentes decisões judiciais travaram a recuperação de cerca de 400 quilômetros da estrada.
O principal entrave é ambiental, uma vez que a área é cercada por unidades de conservação e terras indígenas. Especialistas apontam que a liberação da obra pode causar graves consequências para a região.
Em setembro, em visita ao Amazonas, Lula disse que entregará BR-319 de forma “definitiva”.
Na semana passada, o PSDB acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) para pressionar pela pavimentação da pista. A decisão caberá ao ministro Luiz Fux.
FONTE: Por CNN