Um monitoramento via satélite do Greenpeace Brasil apontou que 130 dragas estão operando ilegalmente em trecho do Rio Madeira no Amazonas em 2025. A atividade ilegal permanece mesmo após a Operação Prensa, realizada na região em agosto de 2024, destruir cerca de 300 dragas usadas no garimpo ilegal operantes no sul do estado.
De acordo com a ONG, as dragas foram detectadas após 12 alertas distintos do monitoramento via satélite. As atividades ilegais foram registradas em trechos do Rio Madeira localizados entre os municípios de Novo Aripuanã e Humaitá. Foi constatado que:
- Sete alertas indicaram balsas agregadas em operação
- Cinco alertas indicaram balsas em deslocamento ou ancoradas
Conforme o Greenpeace, o Rio Madeira, um dos principais afluentes do Amazonas, é alvo de uma exploração ilegal de ouro que ameaça o equilíbrio ambiental e social da região há mais de quatro décadas.
O g1 questionou a Polícia Federal (PF), e as prefeituras de Novo Aripuanã e Humaitá quais medidas estão sendo implementadas no combate do garimpo ilegal na região, mas até a atualização mais recente desta reportagem, não obtivemos resposta.
![Imagem de satélite encontrou balsas espalhadas em trecho do Rio Madeira. — Foto: Divulgação/Greenpeace Brasil](https://s2-g1.glbimg.com/PzaGrQkSM-NxzajWdUp5zaN1VxE=/0x0:1536x751/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2025/q/w/XzP4GuSby32vxOAFmNVQ/fc529892-image-3-1536x938.jpg)
Expansão descontrolada do garimpo
De acordo com o MapBiomas, a área de garimpo terrestre na bacia do Madeira saltou de 3.753 hectares em 2007, para 9.660 hectares em 2020, um aumento de 5.907 hectares – área equivalente a mais de 8.200 campos de futebol.
A Amazônia concentra 94% da área garimpada do Brasil e mais de 50% das operações ocorrem ilegalmente em Terras Indígenas e Unidades de Conservação. O garimpo no bioma cresceu 10 vezes nas últimas três décadas, com aumentos de 301% em Unidades de Conservação e 495% em Terras Indígenas.
Ação de enfrentamento
![Dragas de garimpo ilegal destruídas em operação da PF no Amazonas — Foto: Divulgação/PF](https://s2-g1.glbimg.com/PcqRBCkV8gTk2zyNuCqeY58PmiA=/0x0:768x432/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2024/I/t/iOtFuRQQ2hLCiHACOFAw/operacao-garimpo-am1.jpeg)
Em agosto de 2024, a PF em parceria com apoio do Ibama e da Funai, destruiu 303 dragas, naquela que foi considerada a maior operação de combate a atividade ilegal.
Devido a ação, os garimpeiros reagiram e atacaram policiais federais enquanto as equipes tentavam atracar suas embarcações em um porto de Humaitá.
Posteriormente, os garimpeiros tentaram invadir o prédio da Prefeitura de Humaitá, o que levou ao início de um confronto com a Polícia Militar. Cerca de 16 pessoas foram presas.
FONTE: Por G1 AM