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FAB envia avião para transportar deportados até BH; EUA queriam manter brasileiros algemados após falha em avião

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FOTO: Reprodução

A Força Aérea Brasileira (FAB) enviou no início da tarde deste sábado (25) um avião de Brasília para auxiliar os deportados em Manaus e encaminhá-los ao destino final, o aeroporto de Confins, em Belo Horizonte, Minas Gerais.

Um grupo de deportados dos Estados Unidos aguarda o término do translado na capital do Amazonas (leia mais abaixo).

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G1 no É de Casa: Deportados dos EUA chegam ao Brasil.

Os americanos queriam esperar outro avião vir dos EUA para seguir para Confis, mas a Polícia Federal e o Ministério da Justiça foram avisados.

Correntes e algemas

Segundo adiantou o blog da Andréia Sadi, oficiais americanos queriam manter os brasileiros deportados algemados e acorrentados.

No entanto, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, não autorizou a continuidade do uso das algemas, já que se tratam de cidadãos livres em território brasileiro e uma questão de soberania nacional.

E, por esse motivo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) autorizou o envio do avião da FAB para fazer essa mediação.

Mais cedo, as informações foram confirmadas oficialmente pelo Ministério da Justiça.

A PF também confirmou a informação. Esclareceu policiais federais receberam os passageiros deportados.

“A Polícia Federal proibiu que os brasileiros fossem novamente detidos pelas autoridades americanas”, menciona nota da PF.

“Eles [passageiros] foram acolhidos e acomodados na área restrita do aeroporto. No local, receberam bebida, comida, colchões e foram disponibilizados banheiros com chuveiros”, diz outro trecho.

A Embaixada dos Estados Unidos, por sua vez, informou que os brasileiros deportados estão sob custódia das autoridades brasileiras. E que as autoridades americanas “continuam em contato com autoridades brasileiras a respeito do incidente”.

Direitos Humanos

No início desta tarde, o Ministério da Justiça enviou nota oficial sobre o assunto.

Segundo a pasta, Lewandowski informou Lula sobre a “tentativa de autoridades dos Estados Unidos de manter cidadãos brasileiros algemados durante o voo de deportação para o Brasil.”

Ainda segundo o MJ, por orientação de Lewandowski, a Polícia Federal recepcionou os brasileiros e determinou às autoridades e representantes do governo norte-americano a imediata retirada das algemas.

“O ministro destacou ao presidente o flagrante desrespeito aos direitos fundamentais dos cidadãos brasileiros”, diz a nota do MJ.

“Ao tomar conhecimento da situação, o Presidente Lula determinou que uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) fosse mobilizada para transportar os brasileiros até o destino final, de modo a garantir que possam completar a viagem com dignidade e segurança”, emenda o comunicado.

O Ministério da Justiça destacou que enfatiza que a dignidade da pessoa humana é um princípio basilar da Constituição Federal e um dos pilares do Estado Democrático de Direito, configurando valores inegociáveis.

Detalhes da operação

Segundo a Força Aérea, “a aeronave KC-30, do Segundo Esquadrão do Segundo Grupo de Transporte, foi engajada, por solicitação do governo federal, para prestar apoio aéreo aos deportados, oriundos dos Estados Unidos da América, que aguardam o término do traslado em Manaus”.

Ainda de acordo com a FAB, o avião decolou da Base Aérea de Brasília às 13h e tinha previsão de pouso, no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, às 14h30 (horário local).

“A FAB disponibilizará, ainda, profissionais de saúde para acompanhamento dos deportados, durante o trajeto até o destino final, no Aeroporto Internacional de Confins, em Belo Horizonte (MG)”, prosseguiu a nota da FAB.

A aeronave, com 88 pessoas a bordo, tinha Belo Horizonte como destino final, mas precisou passar por manutenção, cancelando a decolagem para Minas Gerais.

Brasileiros deportados

Entre a noite de quinta (23) e a manhã desta sexta (24), a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, utilizou uma rede social para anunciar que 538 imigrantes ilegais, de diferentes origens, já foram presos desde a posse de Trump — incluindo um suspeito de terrorismo, quatro integrantes da gangue Tren de Aragua e outros indivíduos condenados por crimes sexuais contra menores.

Ela disse, ainda, que “centenas de imigrantes ilegais já foram deportados em aeronaves militares”, marcando o início do que ela chamou de “a maior operação de deportação em massa da história”.

“Promessas feitas. Promessas cumpridas”, escreveu Leavitt, destacando que os voos de deportação já começaram. O anúncio reforça a política anti-imigração prometida pela nova gestão de Trump (saiba mais abaixo)

A porta-voz publicou, junto com as declarações, fotos de deportados embarcando em uma avião militar. Não há confirmação, entretanto, se trata do voo com destino ao Aeroporto de Confins.

Trata-se do primeiro voo deportados com destino ao Brasil desde a posse do novo presidente, mas há a possibilidade de que alguns deles tenham sido detidos ainda na gestão Biden, que chegou ao fim na última segunda-feira (20).

Novas regras contra imigração

Ao tomar posse para um novo mandato na última segunda-feira (20), o presidente americano Donald Trump anunciou uma série de medidas adicionais para restringir a admissão de imigrantes – brasileiros ou de qualquer outra origem.

O texto divulgado pela Casa Branca com as prioridades do mandato cita “medidas ousadas para proteger nossa fronteira e as comunidades americanas”. Entre as ações elencadas, estão:

  • o restabelecimento da política “Permaneça no México”;
  • a retomada da construção do muro na fronteira entre os Estados Unidos e o México;
  • a punição com pena de morte para imigrantes ilegais que assassinarem americanos;
  • o fim do asilo a quem cruza a fronteira ilegalmente;
  • uma grande operação de deportação de imigrantes ilegais;
  • o envio das Forças Armadas, incluindo a Guarda Nacional, para a área da fronteira;
  • e a classificação de cartéis de drogas como “organizações terroristas estrangeiras”, evocando a a Lei dos Inimigos Estrangeiros, de 1798.

Trump também declarou “emergência” na fronteira entre EUA e México, o que significa a autorização do envio de militares à região.

Ainda no primeiro dia de mandato, Trump revogou cerca de 80 decretos do governo de seu antecessor, Joe Biden, referentes ao tema da imigração. Entre os decretos revogados está o que permitia a reunificação de famílias de imigrantes separadas na fronteira.

O republicano também retirou o direito automático à cidadania concedido àqueles nascidos em território norte-americano. E anunciou a suspensão da concessão de refúgios por ao menos quatro meses, além da revisão do sistema para análise desses pedidos.

FONTE: Por G1 AM

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