Rosa Mariette Oliveira Geissler, diretora técnica do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), assumiu interinamente a presidência do órgão após a exoneração do diretor-presidente Juliano Valente, conforme anunciado pelo Governo do Estado nesta terça-feira (10). A exoneração ocorreu após uma operação da Polícia Federal revelar um esquema de corrupção envolvendo fraudes fundiárias e a venda ilegal de créditos de carbono
A operação foi realizada nos estados do Amazonas, Rondônia e Pernambuco. A Polícia Federal prendeu dois servidores do Ipaam e cumpriu 18 mandados de busca e apreensão, com alvos incluindo quatro advogados e um policial militar de Rondônia. Dionísia Soares Campos, superintendente da Agricultura e Pecuária do Amazonas, também foi alvo de busca.
Rosa Mariette Oliveira Geissler, que era diretora técnica do Ipaam, assume interinamente o cargo de diretora-presidente do órgão. O Governo do Estado informou que todos os servidores do Ipaam envolvidos na operação foram exonerados e afastados de seus cargos na segunda-feira (9), incluindo os servidores de carreira do instituto.
Operação
De acordo com as investigações, servidores do Ipaam usaram suas funções para facilitar práticas ilegais, como a emissão de licenças ambientais fraudulentas e autorizações irregulares para desmatamento.
A Polícia Federal revelou que Juliano Valente fazia parte de uma organização criminosa envolvida em fraudes fundiárias no sul do Amazonas.
Os créditos de carbono, que fizeram parte do esquema, são uma ferramenta usada para combater o aquecimento global. Eles surgiram como uma maneira de compensar as emissões de gases de efeito estufa (GEE), responsáveis por alterações climáticas. Empresas ou países que conseguem reduzir suas emissões podem gerar e vender esses créditos como uma forma de compensação ambiental.
Cada crédito de carbono equivale a uma tonelada de dióxido de carbono (CO2) ou seu equivalente em outros gases de efeito estufa que deixaram de ser emitidos, originados de projetos como o uso de energias renováveis, reflorestamento, gestão de resíduos ou redução do desmatamento.
Tentou se desfazer de provas, diz PF
Segundo a Polícia Federal, durante a execução dos mandados de busca e apreensão na residência de Juliano Valente, ele tentou jogar fora o celular, mas não conseguiu. O aparelho foi apreendido e será periciado.
Por ordem da Justiça, ele foi afastado do cargo, e na tarde de segunda-feira, o governo estadual confirmou a exoneração dele do Ipaam.
Juliano Valente foi nomeado diretor-presidente do Ipaam no primeiro mandato de Wilson Lima, em 2019, e reconduzido ao cargo no segundo mandato, em 2023.
FONTE: Por G1 AM