O Vaticano incluiu um evento organizado por católicos LGBT em seu calendário oficial online para o Jubileu 2025 , em um sinal incomum de abertura da Igreja em relação à comunidade gay.
Uma peregrinação do grupo italiano “La Tenda di Gionata”, marcada para setembro, está listada entre as centenas de eventos planejados para o evento, que deve atrair cerca de 32 milhões de turistas a Roma no ano que vem.
O grupo, que descreve seu objetivo como promover a acolhida de pessoas LGBT na Igreja, deve realizar uma vigília de oração em uma paróquia local de Roma antes de fazer uma viagem à Basílica de São Pedro.
Uma autoridade do Vaticano disse à agência de notícias Reuters, no entanto, que a inclusão do grupo no calendário não implica apoio aos seus eventos.
“Não são atividades patrocinadas. Uma vez verificado que há espaço, inserimos a peregrinação no calendário geral”, disse Agnese Palmucci, porta-voz do escritório de evangelização do Vaticano, que está organizando o Jubileu.
Roma será o centro global do Ano Santo Católico, que começa em 24 de dezembro, véspera de Natal, e vai até 6 de janeiro de 2026. Jubileus como esse normalmente ocorrem uma vez a cada 25 anos.
Acolhimento aos LGBTs e maior papel às mulheres
Em junho de 2023, um documento do Vaticano – conhecido pelo título Instrumentum Laboris – propôs uma série de discussões, entre elas como a Igreja pode ser mais inclusivas com às pessoas LGBTQIAP+ e os divorciados, e como dar às mulheres mais poder de decisão.
O texto de 50 páginas também propõs a discussão sobre permitir que homens casados se tornem padres em áreas remotas – uma possibilidade que o Papa Francisco suspendeu após conversas em uma reunião semelhante em 2019.
Em 2022, o Papa Francisco introduziu uma reforma histórica que permitirá que qualquer católico leigo batizado, incluindo mulheres, chefie a maioria dos departamentos do Vaticano sob uma nova constituição para a administração central da Santa Sé.
Ele também nomeou três mulheres para um comitê anteriormente exclusivamente masculino que o aconselha na seleção dos bispos do mundo.
FONTE: Por REUTERS