Na manhã desta quarta-feira (13), a Polícia Civil realizou uma operação contra narcomilicianos do Comando Vermelho que faturavam R$ 15 milhões por mês com a cobrança indevida de serviços ilegais de internet, sinais de TV, distribuição de água e gás de cozinha em diversos bairros de Itaboraí, na região metropolitana do Rio de Janeiro.
O dinheiro do lucro, segundo a Polícia Civil, era revertido para comprar armamento e na lavagem de dinheiro com a aquisição de estabelecimentos comerciais, investindo em empresas e serviços que tenham aparência de legalidade.
Na ação, os policiais, inclusive do Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE), visam cumprir 72 mandados de busca e apreensão, na capital e em municípios da região metropolitana e dos Lagos. Também participam da ação também peritos criminais e representantes das concessionárias que ofertam esses serviços.
Além de sedes de empresas associadas aos narcomilicianos e seus sócios, as equipes cumprirão mandados em presídios, contra lideranças desses grupos.
De acordo com as investigações da Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD), empresas de provedores de internet combinavam com os criminosos a exclusividade na oferta de serviço na região onde a facção atuava.
Após o acerto, as firmas associadas aos criminosos passavam a atuar nas regiões de domínio, mediante o pagamento de 50% do valor arrecadado com a prestação dos serviços de baixa qualidade para os clientes. Desta forma, a população ficava sem a opção de contratar outras empresas, especialmente as concessionárias mais conhecidas no mercado, que eram impedidas de acessarem os redutos desses grupos.
Ainda segundo os investigadores, a organização criminosa se apropriava de equipamentos e materiais utilizados nas redes de dados instalados nas comunidades e de moradores e repassava às empresas associadas.
Em conjunto com a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) a operação espera arrecadar armas de fogo, munições, telefones, computadores, dispositivos eletrônicos, cabeamentos e demais materiais relacionados às empresas prestadoras de serviço, além de anotações, depósitos bancários, contratos e documentos relacionados à atividade criminosa.
Os investigados responderão pelos crimes de interrupção de serviço essencial, receptação qualificada, associação criminosa. Os agentes também apuram o envolvimento da facção nos crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa.
FONTE: Por CNN