O recurso do jornalista norte-americano Evan Gershkovich, do Wall Street Journal (WSJ), contra sua prisão preventiva foi rejeitado por um tribunal russo nesta terça-feira (18).
Gershkovich foi condenado a ficar detido pelo menos até 29 de maio por acusações de espionagem.
Ele compareceu à audiência em um tribunal de Moscou para apelar dos termos de sua detenção. Gershkovich pediu que sua prisão preventiva fosse em prisão domiciliar, e não na prisão.
A embaixadora dos EUA na Rússia, Lynne Tracy, disse que conversou com Gershkovich nesta segunda-feira (17), e ele continua “forte e com boa saúde”.
“As acusações contra Evan são infundadas e pedimos à Federação Russa que o liberte imediatamente”, disse ela, falando após a decisão do tribunal nesta terça-feira.
Gershkovich está atualmente detido preventivaemente em um centro de detenção pré-julgamento na notória prisão de Lefortovo, em Moscou.
Ele pode pegar até 20 anos de prisão por acusações de espionagem. O Wall Street Journal negou veementemente as acusações de espionagem contra Gershkovich.
A prisão de Gershkovich no fim de março – a primeira detenção de um repórter americano na Rússia por alegações de espionagem desde a Guerra Fria – destacou a repressão do Kremlin à liberdade de imprensa e às operações de agências de notícias estrangeiras desde que Moscou invadiu a Ucrânia no ano passado.
Também aguçou as relações entre Moscou e os Estados Unidos. O presidente dos EUA, Joe Biden, foi direto sobre a prisão de Gershkovich, instando a Rússia a “deixá-lo ir”.
O principal serviço de segurança da Rússia, o FSB, afirmou que Gershkovich, um correspondente baseado em Moscou, estava tentando obter segredos de Estado.
O Wall Street Journal rejeitou categoricamente a acusação, dizendo em comunicado que “nega veementemente as alegações do FSB e busca a libertação imediata de nosso confiável e dedicado repórter”.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, e o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, discutiram sua prisão no domingo, de acordo com um comunicado divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores da Rússia.
Durante o telefonema, iniciado pelo lado americano, Lavrov disse a Blinken que o destino de Gershkovich seria determinado por um tribunal russo, disse o comunicado.
Gershkovich cobre a Rússia, a Ucrânia e a antiga União Soviética, de acordo com sua biografia no site do Wall Street Journal. Anteriormente, ele trabalhou para a agência de notícias Agence France-Presse, o Moscow Times e o New York Times.
FONTE: Por CNN
