O primeiro-ministro israelense designado, Benjamin Netanyahu, deu um passo adiante nesta terça-feira (27) em direção à formação de um governo após o Parlamento aprovar uma legislação acordada com seus parceiros de coalizão de extrema-direita.
Enfrentando críticas antes mesmo de assumir o cargo, Netanyahu prometeu governar para todos os israelenses, mesmo quando chefiará um dos governos mais à direita da história do país, com os principais ministérios nas mãos de políticos extremistas.
Apesar de uma ampla vitória eleitoral em novembro para seu bloco de partidos religiosos e de direita, Netanyahu levou quase dois meses para chegar a acordos com seus aliados, que exigiram uma parcela significativa do poder em troca de apoio.
As emendas desta terça-feira à legislação governamental de Israel permitirão que o partido pró-colonos Sionismo Religioso assuma um cargo na vice-liderança do Ministério da Defesa, concedendo-lhe ampla autoridade sobre a expansão dos assentamentos judaicos na Cisjordânia ocupada, terra que os palestinos buscam para formar um Estado.
Uma segunda emenda permitirá que Aryeh Deri, líder do partido ultraortodoxo Shas, sirva como ministro das Finanças, apesar de uma condenação por fraude fiscal.
Mas logo após a aprovação da legislação, a Suprema Corte de Israel disse que ouvirá um recurso contra a nomeação de Deri por um grupo de cientistas, acadêmicos e ex-diplomatas chamado “Bastião da Democracia”.
Netanyahu deve tomar posse de seu novo governo em 29 de dezembro, depois de avançar na legislação para conceder novos poderes sobre a polícia a Itamar Ben-Gvir, chefe do partido ultranacionalista Poder Judeu, como ministro da Segurança Nacional.
A legislação, juntamente com as promessas de restringir os poderes da Suprema Corte, declarações homofóbicas de membros da coalizão e pedidos para permitir que uma empresa recuse serviços a pessoas com base em motivos religiosos, alarmaram israelenses liberais e aliados ocidentais, ao mesmo tempo em que atraíram críticas de grupos de direitos humanos, empresas e autoridades.
FONTE: Por REUTERS