O futuro ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, confirmou hoje (27) que o general Júlio Cesar de Arruda, indicado por ele e pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva para o comando do Exército, tomará posse na sexta-feira (30), antes do novo governo assumir formalmente, no domingo, em 1º de janeiro.
Arruda vai substituir o general Marco Antônio Freire Gomes, num movimento que ecoa as preocupações explicitadas pela equipe de transição a respeito de um eventual “vazio de poder” nas primeiras horas do governo Lula, no dia 1º de janeiro.
A posse antecipada no Exército reverbera também uma inédita tensão com setores das Forças Armadas na transição de governo em tempos democráticos, dada a maciça participação de militares no governo Jair Bolsonaro e a permanência de pequenos grupos de manifestantes diante de quartéis pelo país pedindo por intervenção militar.
Múcio disse ainda que não há data para a troca na Marinha, enquanto a mudança na Aeronáutica está prevista para 2 de janeiro.
O futuro ministro falou ao lado de Flávio Dino, indicado para assumir o Ministério da Justiça, e do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB).
“Não haverá vazio de poder”, disse Dino, que afirmou que estará trabalhando com Múcio já nas primeiras horas do domingo e que todo o efetivo da polícia do DF estará em operação.
Além dos preparativos para a posse de Lula no domingo, o trio também comentou os desdobramentos do caso da prisão de um bolsonarista que confessou em depoimento ter ajudado a fabricar uma bomba caseira que planejava explodir em Brasília –a polícia apreendeu o artefato explosivo no fim de semana.
Segundo o detido, George Washington de Oliveira Sousa, o plano de acionar um explosivo e provocar o caos foi discutido por ele com integrantes da mobilização que pede um golpe militar diante da principal instalação das Forças Armadas em Brasília.
George Washington está preso no Complexo Penitenciário da Papuda. O governador do DF confirmou que há um outro suspeito, que já teria deixado o Distrito Federal.
Desmobilização dos quartéis
Dino afirmou que a expectativa na equipe de transição é de que ocorra uma desmobilização “voluntária” do acampamento em Brasília diante das instalações militares.
Múcio, por sua vez, afirmou que o movimento diante dos quartéis é “pacífico” e que o plano de atentado desbaratado é isolado, com a participação de no máximo mais uma ou duas pessoas.
Múcio reforçou que os acampamentos são pacíficos e que as tendências terroristas são atos isolados. Ele explicou que a transição e o GDF vão fazer uma nova avaliação de segurança sobre a mobilização dos acampamentos na quinta-feira (29).
Suspensão de porte de armas no DF
Dino afirmou ainda nesta terça-feira (27) que a equipe de transição pedirá ao Supremo Tribunal Federal (STF) a suspensão do porte de armas no Distrito Federal entre esta quarta (28) e os dias 2 ou 3 de janeiro. A data do fim da suspensão a ser pedida ainda será definida, informou.
A intenção é diminuir a circulação de armas na capital federal até dias depois da posse de Lula, marcada para 1º de janeiro, próximo domingo.
“Agora, no começo da tarde, vamos requerer ao ministro Alexandre de Moraes, que é o relator do inquérito sobre atos antidemocráticos, que ele suspenda o porte de arma de fogo no Distrito Federal entre amanhã até o dia 2 ou 3 de janeiro”, declarou.
“O objetivo é que mesmo as pessoas que sejam eventualmente detentoras de autorizações, de portes, por exemplo, CACS, tenham essa suspensão por ordem judicial para que fique configurada que qualquer porte de arma nesse período será considerado crime. Essa providência visa exatamente ter um reforço nessas providências [de segurança para a posse]. O requerimento vai ser apresentado nesta tarde. E nós esperamos que, com o deferimento, tenhamos mais uma camada de proteção para que as forças policiais de um modo geral fiquem autorizadas a apreender armamentos e prender em flagrante quem circular no Distrito Federal nesse período da posse comportando armamento”, acrescentou.
Dino disse que o pedido vai ser endereçado ao Supremo Tribunal Federal por considerar que há conexão entre as ameaças crescentes de atos de violência no Distrito Federal e a apuração do inquérito de atos antidemocráticos.
José Múcio Monteiro, confirmou hoje (27) que o general Júlio Cesar de Arruda, indicado por ele e pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva para o comando do Exército, tomará posse na sexta-feira (30), antes do novo governo assumir formalmente, no domingo, em 1º de janeiro.
Arruda vai substituir o general Marco Antônio Freire Gomes, num movimento que ecoa as preocupações explicitadas pela equipe de transição a respeito de um eventual “vazio de poder” nas primeiras horas do governo Lula, no dia 1º de janeiro.
FONTE:Por REUTERS