A Polícia Civil do Paraná descartou, nesta sexta-feira (15), motivação política no assassinato do guarda municipal e militante petista Marcelo Arruda no último fim de semana.
O agente penitenciário federal Jorge José da Rocha Guaranho, acusado pelo crime, foi indiciado por homicídio qualificado por motivo torpe e por causar perigo comum.
De acordo com o delegado Antônio Rogério Lopes, “Guaranho não foi lá [na festa de aniversário] para fazer ronda. Ele foi no intuito de provocar a vítima. Nesse primeiro momento fica muito claro que houve uma provocação por motivos políticos. Agora, quando ele volta para casa e resolve retornar à festa, não há provas que indiquem que ele voltou porque queria cometer um crime de ódio contra uma pessoa ou pessoas de outro partido político que não o dele.”
Segundo a delegada chefe da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa, Camila Cecconello, Guaranho soube da festa através de uma testemunha. “Ele [Guaranho] tinha o hábito de diariamente checar as câmeras por ter um cargo ali no clube. Essa pessoa era um funcionário do clube onde a festa do petista acontecia”.
O caso
Na noite de sábado (9), o guarda municipal Marcelo Arruda teve a festa de aniversário invadida pelo agente penitenciário federal Jorge José da Rocha Guaranho. Arruda era membro da diretiva do Partido dos Trabalhadores (PT) em Foz do Iguaçu (PR) e tinha a decoração da festa de comemoração dos seus 50 anos em homenagem ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao PT.
Segundo relatos de quem estava presente, Guaranho foi até o local gritando o nome do presidente Jair Bolsonaro (PL). Foi pedido que ele deixasse o local e ele avisou que voltaria. Arruda foi então até seu carro e pegou sua arma. Cerca de 10 minutos depois, Guaranho voltou e atirou em Arruda, que conseguiu revidar e atirar nele também. O aniversariante morreu, enquanto Guaranho foi encaminhado ao hospital em estado grave.
O secretário de segurança pública de Foz do Iguaçu, Marcos Jahnke, confirmou à CNN que o crime foi motivado por divergências políticas.
Em nota, o PT afirma que Marcelo Arruda foi assassinado por um bolsonarista. Destacou ainda que Marcelo era guarda municipal e um grande militante do PT, tendo sido candidato a vice-prefeito em Foz do Iguaçu nas eleições de 2020.
O PL informou que não vai se manifestar sobre o caso e que não tem a informação se Jorge José da Rocha Guaranho é filiado ao partido.
“Na madrugada recebemos a informação de que havia tido um confronto armado entre o guarda municipal Marcelo Arruda e agente penal federal devido a divergências políticas. Marcelo estava comemorando 50 anos em uma festa na qual ele fez decoração alusiva à convicção política dele favorável ao ex-presidente Lula e em determinado momento chegou o agente penal federal de maneira isolada manifestando sua convicção política em favor do presidente Bolsonaro. Afrontou o aniversariante que pediu que ele saísse, que era uma festa particular. O agente saiu, mas voltou depois armado efetuando disparos que atingiu o guarda, mas mesmo ferido sacou a arma e atingiu também com gravidade o agente penal que está hospitalizado no hospital municipal.”
“Todos relataram que estavam na festa de aniversário com tema político do PT e que em certo momento a pessoa, que era desconhecida de todos e não era convidada, chegou no local com arma de fogo em mãos e aos gritos dizia ‘aqui é Bolsonaro’”, diz o boletim de ocorrência ao qual a CNN teve acesso.
Matéria em atualização
FONTE: Por CNN