Após as mortes do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips atraírem a atenção de várias partes do mundo, ativistas e indígenas de Atalaia do Norte (AM) relatam que vivem sob a sombra do medo e das incertezas provocadas pelos conflitos presentes na região. Moradores ouvidos pelo g1 afirmaram que as ameças ocorreram inclusive durantes as buscas por Bruno e Dom.
Nesta quinta-feira (23), peritos da Polícia Federal realizam a perícia na embarcação que estava sendo utilizada por Bruno e Dom. O departamento técnico-científico da corporação vai tentar achar vestígios de sangue na lancha por meio de um reagente chamado luminol e também pretende utilizar um scanner 3D no barco da dupla.
Situado a mais de 1 mil quilômetros ao oeste de Manaus, o município está cravado em um trecho remoto da selva amazônica. Apesar da violência não ser recorrente na área urbana, a zona rural é marcada por tensões – composta por comunidades ribeirinhas e a Terra Indígena Vale do Javari – ligadas a invasões em terras indígenas, tráfico de drogas, desmatamento e garimpo ilegal.
Ex-agente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Almério Alves Wadique, membro do Cimi (Conselho Indigenista Missionário), afirma que as ameaças não cessaram nem mesmo durante as buscas pelo indigenista e o jornalista.
Por G1 AM