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Equipe de buscas encontra sinais de escavação nas margens de rio por onde Bruno e Dom Philips passaram

Voluntários que ajudam nas buscas viram que há vestígios de que o solo do local pode ter sido cavado recentemente. A situação chamou a atenção das autoridades que, agora, se concentram nessa área.

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Indigenista brasileiro Bruno Araújo Pereira e jornalista inglês Dom Phillips desapareceram no domingo (5). — Foto: TV Globo/Reprodução

As buscas pelo indigenista Bruno Pereira e pelo jornalista britânico Dom Phillips passaram a se concentrar em uma área abaixo da “Comunidade Cachoeira”, em Atalaia do Norte, nesta sexta-feira (10). Voluntários disseram às equipes de busca que encontraram sinais de escavação às margens do Rio Itaquaí, local onde Bruno Pereira e Dom Philips foram vistos navegando. Os dois estão desaparecidos desde o começo da semana.

Durante a manhã desta sexta, mergulhadores do Corpo de Bombeiros, além de agentes da Polícia Militar, da Defesa Civil, do Exército e da Marinha saíram de Atalaia do Norte até a localidade.

O subtenente do Corpo de Bombeiros, Geonivan de Amorim Maciel, explicou como o trabalho será feito. “A gente não pode dizer que tem vestígio concreto no local, mas vamos verificar a situação para ver se realmente tem algo ali que possa identificar os dois desaparecidos”, disse ele.

“O relato é de ‘terra batida’ [mexida, cavada], como se alguém tivesse cavado algo, enterrado alguma coisa, jogado barro no fundo. Vamos fazer uma varredura no fundo para ver se encontra algo.”

Bruno e Phillips foram vistos pela última vez na comunidade ribeirinha São Rafael por volta das 6h de domingo (5). De lá, eles partiram rumo a Atalaia do Norte, viagem que dura aproximadamente duas horas de lancha, mas não chegaram ao destino.

Uma testemunha ouvida pela Polícia Civil do Amazonas, esta semana, disse ter visto Dom e Bruno navegando perto da “Comunidade Cachoeira”. No mesmo local e horário, segundo o depoimento, a pessoa também afirma ter visto Amarildo da Costa de Oliveira, com uma segunda pessoa em uma lancha do suspeito. Conhecido como “Pelado”, Amarildo é investigado pelo desaparecimento de Dom e Bruno.

De acordo com o delegado de Atalaia do Norte, Alex Perez, a testemunha viu o momento em que o indigenista e o jornalista passaram em uma embarcação e, logo em seguida, Amarildo e essa segunda pessoa, na lancha.

“De ontem [quarta] para hoje [quinta] ouvimos mais duas testemunhas. Uma delas, em viagem à sede do município, nas proximidades da comunidade Cachoeira, próximo ao lago do Ipuca, presenciou o momento em que Dom e Bruno passaram por ele em outra embarcação. E, minutos depois, cerca de dois e três minutos, viu também o Amarildo acompanhado de outra pessoa em outra embarcação passando por ele também. E seguindo viagem em direção a sede do município e em determinado momento viu a embarcação de Amarildo, só que dessa vez ele estava sozinho”, disse.

Suspeito preso

Amarildo foi preso pela Polícia Militar na terça-feira (7). Durante as investigações sobre os desaparecimentos, as autoridades encontraram com ele uma porção de droga e munição de uso restrito.

No domingo (5), dia em que o indigenista e o jornalista desapareceram, o suspeito também foi visto por ribeirinhos passando no rio logo atrás da embarcação dos dois, no trajeto entre a comunidade ribeirinha São Rafael e a cidade de Atalaia do Norte.

A lancha usada por Amarildo foi apreendida. A perícia encontrou vestígios de sangue embarcação e as amostras foram transportadas para análise em Manaus (veja mais detalhes abaixo).

Nessa quinta (9), a Justiça do Amazonas decretou a prisão preventiva de Amarildo.

Até o momento, a Polícia Civil ouviu oito pessoas, incluindo sete testemunhas e o suspeito.

Perícia na embarcação
Lancha vai passar por perícia na cidade de Atalaia do Norte, no Amazonas.  — Foto: Michel Castro/Rede Amazônica
Lancha vai passar por perícia na cidade de Atalaia do Norte, no Amazonas. — Foto: Michel Castro/Rede Amazônica

De acordo com o delegado do município, a perícia na embarcação foi feita com o uso de luminol, que apontou “vários vestígios de sangue”.

“Resta saber, comprovar, com o laudo, se se trata de sangue humano ou de animal. Ainda não temos essa confirmação, mas a perita informou que o laudo sairá em tempo hábil”, afirmou o delegado, sem dar, porém, uma previsão de quando isso deve acontecer.

A Polícia Federal informou que o material coletado durante a perícia foi encaminhado de helicóptero para Manaus para ser analisado.

Buscas
Mapa mostra onde jornalista e indigenista desapareceram na Amazônia — Foto: Arte/g1
Mapa mostra onde jornalista e indigenista desapareceram na Amazônia — Foto: Arte/g1

As buscas pelos dois começaram ainda no domingo por integrantes da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja). Sem obter sucesso, a organização indígena acionou na segunda-feira (6) as autoridades e divulgou nota à imprensa comunicando o desaparecimento dos dois.

Desde então, diversos órgãos federais estão envolvidos na operação para tentar encontrá-los. Agentes da Polícia Federal e da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) participam das buscas, além da Marinha e do Exército.

O governo do Amazonas também enviou bombeiros, policiais civis e militares para reforçar a procura.

FONTE: Por G1 AM

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