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Bolsa brasileira descola do exterior com risco de descontrole de gastos

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Foto: Vecteezy

Com classes do funcionalismo público reivindicando aumento de salários, risco de aumento de gastos do Governo faz bolsa apresentar queda, em direção oposta ao exterior

Com os mercados no exterior em alta neste começo de ano, a bolsa brasileira vem descolando do cenário internacional, com o risco de descontrole de gastos públicos.

No exterior, os índices nos Estados Unidos renovaram as máximas na segunda-feira (4). Investidores esperam a ata do Banco Central americano, sobre decisão de juros, que vai sair na quarta-feira (5), mas ontem o PMI industrial veio abaixo do esperado, indicando que a economia americana não está tão forte.

Os dados podem levar o Federal Reserve (Fed) a retirar estímulos e subir os juros de forma mais suave.

Empresas de tecnologia divulgaram bons resultados e subiram forte no pregão de ontem. O destaque foi a Apple, que subiu 2,5% e se tornou a primeira empresa a atingir a marca de US$ 3 trilhões em valor de mercado.

A variante Ômicron da Covid-19 segue no radar. O mundo bateu recorde de casos diários, ao registrar 2,4 milhões de infecções. Só ontem, os Estados Unidos registraram mais de 1 milhão de casos. Apesar das restrições e explosões de caso, as bolsas seguem subindo, porque o número de mortes tem caído, indicando que a pandemia pode estar entrando em uma fase menos letal.

O mercado fica de olho também na relação entre a China e os Estados Unidos. Os chineses não cumpriram metas de um acordo comercial feito com os americanos em 2020, mas analistas acham que o presidente Joe Biden não deve escalar as tensões.

As bolsas na Ásia fecharam mistas. Já na Europa, índices sobem, seguindo o otimismo em Nova York.

Brasil

Vindo para o Brasil, o Ibovespa descolou das bolsas internacionais. Pesou para o índice a alta na curva de juros, depois que o mercado aumentou previsão para a inflação de 2023 no Boletim Focus, para 3,41%.

As falas do líder do governo na Câmara dos Deputados também pesaram. Ricardo Barros (PP-PR) criticou o teto de gastos, dizendo que o governo tem excesso de arrecadação, e defendeu mais gastos com reajustes de servidores.

Servidores do orçamento e do Banco Central decidiram aderir à paralisação do dia 18 e articulam entrega de cargos de chefia para pressionar por reajuste de salário. A adesão de novas categorias ao movimento do funcionalismo federal reforça o clima de incerteza e de pressão sobre gastos públicos.

Investidores também monitoram o estado de saúde do presidente Jair Bolsonaro (PL). A Secretaria de Comunicação do Governo acabou de divulgar um boletim dizendo que o quadro de obstrução intestinal do presidente se desfez. Com isso, não há necessidade de cirurgia, mas ainda não há previsão de alta.

O Ibovespa Futuro opera em alta de 0,49%, a 105.445 pontos, com o dólar em alta de 0,29%, a R$ 5,67. O S&P 500 Futuro sobe 0,25%, a 4.808 pontos.

Agenda do Dia

Sem eventos importantes no Brasil, os olhos se voltam para o exterior. Em destaque, está a reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP). Nos Estados Unidos, tem a divulgação dos dados do PMI industrial do ISM, dados de emprego e estoque de petróleo.

FONTE: Por CNN

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