Keno e Hulk marcaram os gols do time no triunfo por 2 a 1 sobre o Athletico-PR em Curitiba
O Atlético-MG é bicampeão da Copa do Brasil. Nesta quarta-feira (16), o time mineiro confirmou o favoritismo e sacramentou a conquista ao vencer o Athletico-PR no jogo de volta da decisão por 2 a 1, com gols de Keno e Hulk, na Arena da Baixada, em Curitiba (PR). Jaderson diminuiu para o time da casa. No duelo de ida, no domingo (12), no Mineirão, havia encaminhado o título ao golear o oponente por 4 a 0.
A conquista encerra uma temporada praticamente perfeita do Atlético-MG. O clube, afinal, já havia vencido o Campeonato Brasileiro, encerrando um jejum de 50 anos na competição, além de ter sido campeão estadual. E só não teve êxito total em 2021, pois foi eliminado nas semifinais da Copa Libertadores, ainda que sem perder nenhuma vez no torneio continental.
O desempenho faz a atual equipe do Atlético-MG ser comparada a alguns dos maiores esquadrões da história do clube, como o time campeão da Copa Libertadores de 2013.
“O time de 2013 era uma equipe mais sanguínea, com mais intensidade de jogo, que marcava mais o adversário e sufocava. Já o de 2021 é uma equipe que constrói mais jogadas, muito organizada, que sofre pouco defensivamente e é muito competente no ataque”, comparou o ex-goleiro Victor, herói daquela conquista e hoje membro da comissão técnica, em entrevista à CNN Brasil.
Não é para menos. Afinal, as derrotas foram raras na temporada atleticana. O time entrou em campo 75 vezes, com 52 vitórias, 14 empates e 9 reveses. Um desempenho que fez o clube alcançar um feito raro no futebol nacional: ganhar duas competições nacionais no mesmo ano. Antes, apenas o Palmeiras em 1967, quando venceu a Taça Brasil e o Robertão, e o Cruzeiro, em 2003, quando também faturou a Copa do Brasil e o Brasileirão, tiveram esse desempenho.
“Em 2013 tinha o elenco a ser batido, um dos melhores do país. Agora em 2021 a história se repete. Teve 1971 (time campeão brasileiro) e assim vai. O Atlético está no caminho certo, traçando um planejamento muito bom, então acredito que ao longo dos anos terão outros Atléticos semelhante a este de 2021”, afirmou o zagueiro Réver, em entrevista coletiva.
Conquistar três títulos em uma única temporada também é feito raro. O último clube a alcançar esse desempenho no cenário nacional foi o Cruzeiro de 2003, também campeão mineiro naquele ano. Mas tem sido mais recorrente em anos recentes, quando se contabiliza torneios continentais – são os casos do Palmeiras de 2020 e do Flamengo em 2019 e 2020.
Na Copa do Brasil, o Atlético-MG já havia sido campeão em 2014. Repetiu a conquista agora com uma campanha de nove vitórias e uma derrota em dez jogos. Estreando na terceira fase, eliminou o Remo. Nas fases seguintes, passou por Bahia, Fluminense e Fortaleza, chegando à decisão. No jogo de ida, aplicou a maior goleada da história da decisão. E agora foi campeão com mais uma vitória.
Assim como na conquista do Brasileirão, o Atlético-MG teve o artilheiro da Copa do Brasil: Hulk. O atacante marcou 8 gols em 10 jogos no torneio mata-mata. Ele também foi o jogador com mais gols no futebol nacional na temporada – foram 36 em 68 partidas.
E os heróis do jogo da conquista foram os mesmos de 13 dias atrás. Se na Fonte Nova, quando venceu o Bahia por 3 a 2 para ser campeão brasileiro, Hulk fez um gol e Keno marcou outros dois, ambos também foram às redes na Arena da Baixada. Dessa vez, Keno abriu o caminho para o novo título com o seu gol no primeiro tempo. E Hulk sacramentou a vitória e o título na etapa final.
1º tempo: Keno amplia vantagem em disputa de lances ríspidos
Para o jogo decisivo da Copa do Brasil, o Atlético-MG teve uma mudança na escalação, a mesma realizada durante o primeiro duelo: a entrada do chileno Eduardo Vargas no lugar do lesionado Diego Costa. No Athletico-PR, o técnico Alberto Valentim mudou o esquema tático, com uma formação de apenas dois zagueiros. Sem contar com Thiago Heleno, suspenso, e Nikão, lesionado, escalou José Ivaldo na zaga, Christian no meio-campo e Pedro Rocha no ataque.
O início do jogo foi, porém, de pouco futebol, com muitos lances ríspidos e pouca bola rolando, a ponto de a primeira finalização ter saído apenas aos 17 minutos. Pouco depois, o Atlético-MG levou o primeiro susto, com o gol de Pedro Rocha, anulado com o auxílio do VAR, pois a bola tocou em sua mão antes de o atacante finalizar às redes.
Mas também foi só esse susto. Aos 24 minutos, Vargas puxou contra-ataque e acionou Zaracho, que rolou para Keno bater, fazendo 1 a 0, ampliando ainda mais a vantagem da equipe mineira no placar agregado. Depois disso, o Atlético-MG ainda poderia ter marcado outras vezes, com uma cavadinha de Hulk e outra finalização perigosa de Keno. E não correu mais riscos diante de um Athletico-PR pouco criativo e que teve apenas uma chance, com Terans. Além disso, o time abusou das entradas ríspidas, o que redundou em mais discussões antes do apito final.
2º tempo: Hulk faz o seu e sela a conquista do Atlético-MG
A etapa final teve mais bola rolando, com o Athletico-PR também conseguindo ser mais perigoso no campo de ataque. Uma das novidades do time para o segundo tempo, Fernando Canesin deu trabalho duas vezes a Everson. E Vinicius Mingotti, que substituiu o lesionado Renato Kayzer ainda na primeira etapa, teve um gol anulado por impedimento.
Aos poucos, porém, a pressão arrefeceu. E o Atlético-MG, com tranquilidade, passou a administrar a vantagem e, eventualmente, a chegar com perigo no ataque, como com Allan, aos 23. E aos 30 minutos veio o gol que selou o título. E ele tinha de ser de Hulk. Em contra-ataque, Savarino deu passe em profundidade para o atacante, nas costas de Zé Ivaldo. Ele saiu cara a cara com Santos e deu uma cavadinha por cima do goleiro.
No fim, Jáderson diminuiu para o Athletico-PR. Mas nada que impedisse a consagração do Atlético-MG como o melhor do futebol nacional em 2021. Campeão do Campeonato Brasileiro e, agora, da Copa do Brasil.
FONTE: Por CNN