Embarcações se instalaram perto da cidade de Autazes. Moradores de comunidade se assustaram com a presença dos garimpeiro
Centenas de balsas e dragas se instalaram no Rio Madeira, no Amazonas, para supostas atividades de garimpo ilegal. Há cerca de 15 dias, as embarcações começaram a chegar no local após surgir a informação de que havia ouro na região .
Um trecho do Rio Madeira ficou quase totalmente bloqueado com a presença dos garimpeiros. Eles atracaram próximo à comunidade de Rosário, no município de Autazes, distante 113 quilômetros de Manaus.
De acordo com Danicley Aguiar, ativista do Greenpeace, há mais de 300 balsas no rio, sem licença ambiental para mineração.
O Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a Polícia Federal informaram que estão apurando a situação.
São dezenas de balsas, empurradores, barcos e todo o aparato para extração de ouro no rio. Os equipamentos formam uma vila flutuante em frente à comunidade. A chegada das dragas assustou os moradores da região.
Nesse processo de mineração, as embarcações revolvem o fundo rio, sugam o material para filtrar o ouro e devolvem a água em seguida.
O trecho do Rio Madeira é usado por moradores de Nova Olinda do Norte, Borba e Novo Aripuanã para chegar a Manaus em lanchas. O trajeto é mais curto do que utilizando a estrada BR-319, que é conhecida por estar muito deteriorada.
A presença de garimpeiros com balsas atuando na extração de ouro ao longo do rio Madeira não é novidade. Em setembro, um grupo se instalou na região da cidade de Humaitá, a 700 km de Manaus.
Ipaam diz que exploração na área não é autorizada
Em nota, o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) confirmou a movimentação anormal de dragas e informou que será feito um diagnóstico apurando a real situação no local.
O texto informa, também, que atividades de exploração mineral naquela região não estão licenciadas, portanto, se existindo de fato, são irregulares.
Além da mineração, o Ipaam destaca em nota que pode haver outras possíveis ilegalidades que devem ser investigadas, tais como: mão de obra escrava, tráfico, contrabando e problemas com a capitania dos portos.
O Ipaam ainda diz que está buscando informações, com intuito de planejar e realizar as devidas ações no âmbito de sua competência, integrado aos demais órgãos estaduais e federais, e informou que comunicaria o fato ao comando da Segurança Pública do Amazonas (SSP), além de pedir apoio federal para apurar a ocorrência.
FONTE: Por G1 AM