Suspeito foi preso na noite de segunda-feira (22). Segundo delegado, homem foi contratado por meio de um intermediário, que fez o pagamento e forneceu os materiais para o crime.
O suspeito de assassinar o sargento do exército Lucas Guimarães, em Manaus, recebeu R$ 65 mil dos mandantes do crime. A informação é do delegado titular da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), Ricardo Cunha. Segundo ele, o pagamento foi feito em espécie e feito por meio de um intermediário.
O suspeito de 26 anos foi preso na noite desta segunda-feira (22). O crime aconteceu no dia 1º de setembro deste ano, dentro da cafeteria da vítima, na Zona Sul de Manaus e há suspeita de envolvimento dos empresários Joabson Agostinho Gomes e Jordana Azevedo Freire, donos do grupo Vitória Supermercado.
“Esse individuo já confessou a sua participação aqui na delegacia, ele é o executor. As investigações estão todas bem delineadas nesse sentido e não vão parar até que a gente consiga fazer a ligação entre esse executor com os possíveis mandantes desse crime, uma vez que ele já declarou que foi pago para cometer isso”, disse.
Segundo o delegado, o suspeito é uma pessoa fria, com uma vasta passagem criminal. Tem mais de 10 crimes de roubo, passou quatro anos encarcerado, foi liberado no dia 5 de agosto e em menos de 30 dias ele comentou um novo homicídio.
O homem foi contratado por meio de um intermediário, que fez o pagamento e forneceu os materiais para o crime, assim como a vestimenta que ele usou.
“Todo o material utilizado no crime foi passado por um intermediário, as investigações ainda estão buscando identificar esse intermediário, mas tanto o veículo, a arma do crime, até a sua vestimenta, o tênis, tudo foi dado por essa pessoa”.
Ainda em depoimento, o homem disse que não sabia que Lucas era do Exército e achava que o homicídio era de uma pessoa comum.
“Ele não sabia que se tratava de alguém de famílias conhecidas na cidade, achava que seria uma pessoa comum e nada iria acontecer. Também não fazia ideia que a vítima se tratava de um militar das Forças Armadas”.
O homem foi preso na Colônia Antônio Aleixo, na Zona Leste. De acordo com Cunha, o local, por ser distante, facilitou o esconderijo.
“Ele não tinha paradeiro. Ficou em sítio, casa de amigos, é de uma facção criminosa, que também também vinha dando guarida para ele e o local é perfeito. O policiamento não é tão frequente naquela área em razão da distancia, então é natural. Ele tem familiares lá, nasceu lá, completou.
A polícia ainda não sabe se o homem já cometeu outros homicídios, mas a polícia trabalha com essa possibilidade. Ele foi levado para fazer o exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal e vai ficar à disposição da polícia por 30 dias, devido à prisão temporária, que foi decretada pela Justiça.
STJ concede habeas corpus
O casal dono do grupo Vitória Supermercados foi solto no dia 10 de novembro, após o Superior Tribunal de Justiça acolher o pedido de liberdade dos dois. Apesar da concessão de liberdade, o STJ também aplicou medidas cautelares a serem cumpridas pelo casal. São elas:
- comparecimento mensal em juízo;
- proibição de manter contato com testemunhas e com familiares da vítima;
- proibição de ausentar-se da região metropolitana de Manaus, sem prévia autorização judicial;
- e proibição de ausentar-se do país, sem prévia autorização judicial, devendo entregar os passaportes.
O crime contra Lucas Guimarães aconteceu no dia 1ª de setembro, quando o sargento foi assassinado no momento em que fechava uma cafeteria, no bairro Praça 14. Lucas foi atingido por três tiros na cabeça, chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos.
Após investigações da Polícia Civil, a titular da Delegacia de Homicídios e Sequestros, Marna de Miranda informou que se tratava de um crime passional, pois o sargento teria um caso com Jordana.
Uma operação foi realizada na madrugada do dia 21 de setembro para cumprir mandados de busca e apreensão na casa de Joabson e Jordana, além de unidades do grupo Vitória Supermercados, que pertence ao casal, em Manaus.
Por horas, Joabson e Jordana foram considerados foragidos pela polícia. Na tarde do mesmo dia, o casal se entregou e ficou preso temporariamente em celas da DEHS, fizeram exames de corpo de delito e seguiram para o presídio. No dia da prisão, a defesa do casal alegou inocência .
Os pais de Lucas Guimarães haviam anunciado, no dia 12 deste mês, uma recompensa de R$ 40 mil para quem apontasse o paradeiro do suspeito de cometer o crime a mando do casal.
FONTE: Por G1 AM