
‘A vermelha é não estou confortável, não me abraça’, já o amarelo é ‘estou médio confortável, me pergunta antes’, e o [verde] azul é para quem já está bem ‘vou curtir’, contou uma noiva. Outra noiva também fez ‘vacinômetro dos convidados’.
Com o avanço da vacinação contra a Covid no país, os casamentos voltaram com força no segundo semestre deste ano. E alguns, com uma novidade: com uma fitinha colorida, os convidados podem definir, pela cor, qual interação estão dispostos a ter na festa – um abraço ou apenas um “soquinho”.
“Nem todo mundo se conhece ou tem intimidade em uma festa grande, então a gente não queria que ninguém passasse o constrangimento de perguntar se podia dar um abraço, ou pior ainda, de ter que falar que não”, contou a arquiteta Raquel Cavalcante.
A festa de casamento da Raquel e do administrador João Vitor Domingos aconteceu no interior de São Paulo, no último sábado (16), para cerca de 200 convidados. Os noivos definiram laranja como a cor mais restritiva e azul como a mais permissiva. Na entrada da festa, os convidados escolhiam a cor e prendiam a fitinha na roupa.
“Igual a ‘festa do farol’, de quando a gente era adolescente. Essa é a festa do farol da pandemia”, brincou Raquel. Para quem não viveu este clássico das matinês dos anos 2000, na ‘festa do farol’, o sentido das cores tem outra função: uma pulseira verde indica que a pessoa está solteira, amarela que está ‘enrolada’ e vermelha que é comprometida.
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O sistema com três cores será usado no casamento da publicitária Fernanda Fujisawa com o bancário Bruno Matarazzo Lombardi, no dia 31 de outubro. A festa será em uma praia de Alagoas, e eles escolheram fitinhas do Senhor do Bonfim para que os convidados coloquem no pulso, indicando a interação que se sentem mais confortáveis.
“A vermelha é realmente ‘vim aqui prestigiar mas não estou confortável, não me abraça’, já o amarelo é ‘estou médio confortável, me pergunta antes de me abraçar’, e o azul é para quem já está bem ‘estou aqui, vou curtir’, contou a noiva. Fernanda trocou o verde pelo azul por ser a cor predominante da decoração da festa.
Além das fitinhas, Fernanda e Bruno também irão exigir o comprovante de vacinação e um teste do tipo PCR negativo para a Covid com no máximo 48 horas de antecedência.
Na festa da Raquel e do João, com as duas cores à disposição no último sábado, a maioria escolheu a azul.
“Eu tenho um amigo que estava com quatro fitinhas azuis. Ele queria muito um abraço de todo mundo que pudesse abraçar ele”, contou a noiva. Já a fitinha laranja foi mais escolhida pelos idosos e por mães de bebês – faixa etária que ainda não pode se imunizar contra a Covid.
Antes da festa, Raquel também criou um “vacinômetro” dos convidados, e atualizou semana a semana quem havia recebido a vacina. “Eu sou a doida da planilha. Na lista dos convidados, tinha uma coluna de quem tinha tomado a primeira e a segunda dose”. No dia da festa, a cobertura vacinal era de fazer inveja a muita cidade – 99% estavam com a primeira dose e 93% com a segunda.
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A assessora do casamento de Raquel, Tathiana Frascino, disse que o setor voltou a ficar aquecido com o avanço da imunização. A profissional já está praticamente sem agenda para 2022.
Além das fitinhas, Tathiana contou que outras medidas de prevenção à Covid vêm sendo adotadas, como o mapeamento dos lugares nas mesas. A organização dos eventos busca colocar juntas as pessoas que já costumam conviver.
Segundo a profissional, a dinâmica dos eventos tem sido a seguinte: os convidados até chegam de máscara e ficam mais contidos durante a cerimônia, mas depois, com a animação das festas, o equipamento de proteção é deixado de lado.
No entanto, segundo Frascino, a principal marca do retorno dos casamentos têm sido a emoção dos noivos e convidados em poderem voltar a se reunir e celebrar os momentos importantes da vida. “É nítido que está todo mundo muito carente de festa”, contou a assessora.
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FONTE: Por G1