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Ex-secretária de campo de concentração nazista é presa após fugir de julgamento

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Cercas do campo de concentração Stutthof, na Polônia, o primeiro campo construído pelos nazistas fora da Alemanha Ken Gordon/Flickr

Mulher alemã de 96 anos foi apontada como cúmplice no assassinato de mais de 11 mil pessoas em um campo da Polônia

Uma mulher alemã de 96 anos, acusada de ajudar e ser cúmplice de assassinatos em massa em um campo de concentração nazista durante a Segunda Guerra Mundial, foi presa nesta quinta-feira (30) horas depois de não comparecer a seu julgamento, disse um porta-voz do tribunal.

Irmgard Furchner é acusada de ter contribuído aos 18 anos para o assassinato de 11.412 pessoas quando era digitadora no campo de concentração de Stutthof entre 1943 e 1945.

O julgamento na cidade de Itzehoe, no extremo norte do país, não poderia começar com a ausência dela.

“A réu deixou sua casa nas primeiras horas desta manhã e pegou um táxi para um local desconhecido”, disse o porta-voz do tribunal, Frederike Milhoffer. O porta-voz disse que um mandado de prisão havia sido emitido. Itzehoe fica a cerca de 100 km da fronteira com a Dinamarca.

O julgamento da ex-secretária do campo de concentração em Stutthof, perto do que é agora a cidade polonesa de Gdansk, estava previsto para começar nesta quinta, diz a acusação do tribunal.

A ré era uma estenógrafa e datilógrafa no escritório do comandante do campo. Ela teria ajudado os encarregados do campo na matança sistemática de prisioneiros, aponta a acusação.

Furchner enfrenta julgamento perante uma Câmara do Tribunal Juvenil porque ela era uma adolescente na época dos acontecimentos.

Ela é uma das primeiras mulheres em décadas a ir a julgamento por crimes durante a era nazista.

Segundo o Escritório Central em Ludwigsburg, responsável pela investigação dos crimes nazistas, cerca de 65.000 pessoas morreram no campo de concentração de Stutthof e em seus subcampos, assim como nas chamadas “marchas da morte” do final da guerra.

Em julho de 2020, o Tribunal Regional de Hamburgo condenou Bruno D., um antigo guarda de 93 anos em Stutthof, a dois anos de prisão no regime condicional.

O ex-guarda supervisionou os prisioneiros em Stutthof de agosto de 1944 a abril de 1945, e foi acusado de 5.230 casos de cumplicidade nos assassinatos durante seu tempo como guarda da SS, a polícia nazista, no campo.

Ele enfrentou um tribunal juvenil porque tinha 17 anos de idade na época em que serviu aos nazistas.

Na próxima quinta-feira, também deverá começar um julgamento contra um ex-guarda do antigo campo de concentração nazista Sachsenhausen. O homem tem hoje 100 anos.

FONTE: Por REUTES

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