Homem foi preso por policiais da DEIC e levado até a delegacia da Polícia Federal no noroeste paulista. Suspeito é a quarta pessoa detida; um homem foi ouvido e liberado. Ação dos criminosos deixou cinco feridos e três mortos na cidade.
Um suspeito de envolvimento no ataque a três agências bancárias de Araçatuba (SP) foi preso em Campinas (SP), a 450 quilômetros de distância do mega-assalto no noroeste paulista, na noite de segunda-feira (30).
De acordo com a Polícia Federal, ele foi detido por policiais da Divisão Especializada de Investigações Criminais (DEIC) e encaminhado a sede da Polícia Federal em Araçatuba. A PF assumiu a investigação do crime.
O homem é a quarta pessoa detida durante a investigação. Um suspeito detido, também na segunda-feira, foi ouvido e liberado. Um casal segue preso por suspeita de envolvimento no crime.
Pelo menos 20 criminosos participaram da ação no interior de São Paulo, que resultou em três mortes e cinco feridos, um deles em estado gravíssimo depois que teve os pés amputados por explosão de bomba.
A quadrilha chegou à região central de Araçatuba por volta da meia noite de segunda-feira (30) e rendeu moradores, os usaram como “escudo humano” sobre os carros. Um homem obrigado a se segurar no capô de um carro relatou momento de pânico.
Veículos foram queimados em vários pontos do município e da região para impedir a chegada da polícia. Drones também foram usados pela quadrilha para monitorar a ação da Polícia Militar.
O grupo espalhou explosivos por vários pontos da cidade. A polícia identificou 20 locais com os artefatos e policiais do Gate foram acionados para fazer uma varredura dos explosivos espalhados pela cidade. Até esta manhã, 16 artefatos tinham sido desarmados.
A região central segue interditada. A prefeitura manteve a suspensão das aulas para esta terça-feira e alterou a rota dos ônibus para evitar circulação de pessoas no centro.
Ataque a bancos
Duas agências bancárias foram assaltadas. Em uma delas, que funciona como uma tesouraria regional, os criminosos tiveram acesso ao cofre subterrâneo. Na outra, a quadrilha atacou os caixas eletrônicos. A terceira agência foi apenas danificada. O valor levado não foi divulgado.
Depois de atacarem as agências bancárias e trocar tiros com a Polícia Militar, os criminosos fugiram em direção ao bairro Engenheiro Taveira, onde também roubaram veículos de moradores.
Durante a ação, dois moradores e um dos integrantes da quadrilha morreram baleados. Uma das vítimas é o personal trainer Márcio Victor, que é filho de um investigador da Polícia Civil.
A outra é o comerciante Renato Bortolucci, dono de um posto de combustíveis da cidade. A polícia acredita que Renato filmava a ação dos criminosos quando foi morto. Ele deixa esposa e duas filhas.
Segundo a Polícia Militar, o criminoso morto durante troca de tiros foi identificado como Jorge Carlos de Melo. Ele tinha 39 anos e carregava o documento de identidade na cueca. O corpo dele foi levado ao Instituto Médico Legal (IML) de Araçatuba.
Cinco homens também ficaram feridos durante o mega-assalto. Todos foram levados para a Santa Casa de Araçatuba, incluindo o jovem que teve os pés amputados após se aproximar do explosivo.
Dos cinco pacientes, dois estão com escolta policial. Ou seja, são considerados suspeitos de participarem da ação.
Buscas
Policiais civis, militares e federais fizeram buscas pelos criminosos durante toda a tarde de segunda-feira. Em uma mata localizada entre os municípios de Bilac e Gabriel Monteiro (SP), foram encontrados sete carros usados pela quadrilha.
De acordo com a Polícia Militar, um veículo com vidro do passageiro adaptado para tiros serem disparados foi encontrado.
“O veículo é de grande porte. Possivelmente, eles deixaram um calibre.50, que é uma arma de guerra, fixado em um tripé. O buraco serve para colocar o cano arma para o lado de fora. Os bandidos conseguem atirar na de dentro do carro. Eles ficam protegidos porque o veículo é blindado. Nós encontramos munições de .50, .762. e .556”, afirmou o capitão Alexandre Tropaldi.
Um ônibus abandonado com tambores de gasolina também foi encontrado próximo ao pedágio de Glicério (SP). A suspeita é de que o combustível tenha sido usado pelos criminosos para atear fogos em veículos na Rodovia Marechal Rondon.
FONTE: G1