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IBGE desconsidera o fator pandemia no cálculo da população e estima que Brasil tem 213,3 milhões de habitantes

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Movimentação de consumidores na região da 25 de Março, comércio popular do Centro de São Paulo. — Foto: CRIS FAGA/ESTADÃO CONTEÚDO

Número representa um crescimento de 0,7% na comparação com a população estimada em 2020. Segundo IBGE, implicações da pandemia serão verificados a partir do próximo Censo Demográfico, previsto para ser realizado em 2022.

A população brasileira chegou a 213,3 milhões em 2021, segundo nova estimativa divulgada nesta sexta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número representa um crescimento de 0,74% na comparação com a população estimada em 2020.

O IBGE informou, porém, que a nova estimativa da população não incorpora os feitos da pandemia da pandemia de coronavírus.

“Os efeitos da pandemia da Covid-19 no efetivo populacional não foram incorporados nesta projeção, devido à ausência de novos dados de migração, além da necessidade de consolidação dos dados de mortalidade e fecundidade, fundamentais para se compreender a dinâmica demográfica como um todo”, afirmou o IBGE.

A estimativa se refere a 1° de julho de 2021 e leva em conta todos os 5.570 municípios brasileiros e foi publicada no “Diário Oficial da União” desta sexta-feira (27). A publicação é um dos parâmetros utilizados pelo Tribunal de Contas da União (TCU) para o cálculo do Fundo de Participação de Estados e Municípios, além de referência para indicadores sociais, econômicos e demográficos.

Em 2020, o IBGE estimou um total de 211,8 milhões de pessoas no Brasil.

Contagem oficial só após Censo Demográfico

Segundo o IBGE, as implicações da pandemia no tamanho da população serão verificadas a partir do próximo Censo Demográfico, previsto para ser realizado em 2022. A pesquisa seria realizada neste ano, mas foi cancelada após corte no orçamento feito pelo governo federal.

O gerente de Estimativas e Projeções de População do IBGE, Márcio Mitsuo Minamiguchi, destacou que dados preliminares do Registro Civil e do Ministério da Saúde apontam para um excesso de mortes, principalmente entre idosos, e uma diminuição dos nascimentos, mas que o país já vem numa tendência de desaceleração do ritmo de crescimento populacional.

“Embora a gente não tenha incorporado, certamente a pandemia não provocou uma queda na população. Uma redução da população de um ano para outro não ocorreu. O que pode acontecer na verdade com certas mudanças de comportamento é antecipar tendências, como por exemplo a diminuição da população lá pra frente”, disse o pesquisador ao G1.

“No período pandêmico as mortes impactam até mais que os nascimentos, mas quando a gente pensa no processo de mais longo prazo o comportamento reprodutivo é que vai mesmo impactar, tanto na questão do envelhecimento da população como na questão do crescimento”, acrescenta.

Os números de uma contagem oficial da população, porém, só deverão ser conhecidos no final de 2022. “Pelo planejamento do Censo, a pesquisa começa em campo em junho. Normalmente, demora 3 meses. Então essa divulgação deve ser postergada mais para o fim do ano”, estima.

Comparativo da população dos estados em 2020 e 2021 — Foto: G1 Economia
Comparativo da população dos estados em 2020 e 2021 — Foto: G1 Economia
Veja os principais destaques dos estados:
  • São Paulo permanece na frente como a unidade da federação com mais habitantes: 46,649 milhões de pessoas. Ano passado, a população paulista era de 46,289 milhões.
  • Na sequência, os estados mais populosos são Minas Gerais (21,411 milhões) e Rio de Janeiro (17,463 milhões).
  • Distrito Federal tem população de mais de 3 milhões de habitantes.
  • Roraima tem a menor população: 652.713.
  • Apesar de ter a menor população, Roraima teve o maior aumento percentual entre 2020 e 2021, passando de 631.181 habitantes para 652.713.
  • Piauí registrou o menor aumento percentual, passando de 3.281.480 habitantes para 3.289.290.
  • Apenas 3 estados tem menos de 1 milhão de habitantes: Roraima, Amapá (877,6 mil) e Acre (906,9 mil).
Veja os destaques entre as cidades
  • São Paulo continua como a cidade mais populosa, com 12,4 milhões de pessoas, seguida pelo Rio de Janeiro (6,8 milhões), Brasília (3,1 milhões) e Salvador (2,9 milhões).
  • Pouco mais da metade da população concentra-se em 5,8% das cidades.
  • 21,9% da população está concentrada em 17 municípios, todos com mais de um milhão de habitantes, sendo que 14 são capitais.
  • Apenas 49 cidades possuem mais de 500 mil habitantes, concentrando 31,9% da população do país ou 68 milhões de habitantes).
  • Depois das capitais, os municípios mais populosos são Guarulhos (SP), Campinas (SP), São Gonçalo (RJ), Duque de Caxias (RJ), São Bernardo do Campo (SP), Nova Iguaçu (RJ), São José do Campos (SP), Santo André (SP), Ribeirão Preto (SP) e Jaboatão dos Guararapes (PE).
  • 3770 municípios (67,7%) possuem menos de 20 mil habitantes.
  • 4 cidades têm menos de mil habitantes: Serra da Saudade (MG), com apenas 776 habitantes, Borá (SP), com 839, Araguainha (MT), com 909, e Engenho Velho (RS), com 932 moradores.

Veja abaixo a população estimada das capitais:

  • São Paulo: 12.396.372
  • Rio de Janeiro: 6.775.561
  • Brasília: 3.094.325
  • Salvador: 2.900.319
  • Fortaleza: 2.703.391
  • Belo Horizonte: 2.530.701
  • Manaus: 2.255.903
  • Curitiba: 1.963.726
  • Recife: 1.661.017
  • Goiânia: 1.555.626
  • Belém: 1.506.420
  • Porto Alegre: 1.492.530
  • São Luís: 1.115.932
  • Maceió: 1.031.597
  • Campo Grande: 916.001
  • Natal: 896.708
  • Teresina: 871.126
  • João Pessoa: 825.796
  • Aracaju: 672.614
  • Cuiabá: 623.614
  • Porto Velho: 548.952
  • Macapá: 522.357
  • Florianópolis: 516.524
  • Boa Vista: 436.591
  • Rio Branco: 419.452
  • Vitória: 369.534
  • Palmas: 313.349
Novas estimativas populacionais do Brasil — Foto: Divulgação/IBGE
Novas estimativas populacionais do Brasil — Foto: Divulgação/IBGE

FONTE: G1 AM

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