Manaus registra a maior cheia de sua história desde o início dos registros, em 1902.
O Rio Negro mantém os 30 metros em Manaus, nesta quarta-feira (9). Desde o dia 5 de junho, o nível da água está estável. O nível dos 30 metros em Manaus é o maior da história desde o início dos registros, em 1902.
De acordo com o boletim da Defesa Civil divulgado nesta quarta-feira, em todo o Amazonas, um total de 455.573 pessoas foram atingidas pela cheia.
Em Manaus, pelo menos 15 bairros foram atingidos, de acordo com a Defesa. Em diversos pontos, a circulação de pessoas ocorre somente por meio de passarelas. O centro histórico registra vários pontos de alagamento. A Praça do Relógio e o prédio da Alfândega estão entre os locais mais atingidos.
A água do rio Negro também invadiu o local onde funcionava a mais tradicional feira da capital, a Manaus Moderna. Como isso, os feirantes foram transferidos para uma balsa.
Comerciantes relatam prejuízos. Lojistas tiveram os estabelecimentos alagados, mesmo com as contenções para impedir a entrada da água.
Maiores cheias do Rio Negro
- 2021 – 30 m
- 2012 – 29,97 m
- 2009 – 29,77 m
- 1953 – 29,69 m
- 2015 – 29,66 m
- 1976 – 29,61 m
- 2014 – 29,50 m
- 1989 – 29,42 m
- 2019 – 29,42 m
- 1922 – 29,35 m
- 2013 – 29,33 m
A previsão do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) era que o rio chegasse à cota máxima de 30 metros A expectativa é que, agora, o nível do rio comece abaixar. De acordo com o órgão, abaixo dos 27 metros o nível do rio é considerado patamar normal para a cheia.
Cidades em situação crítica
Em praticamente todo o Amazonas, a cheia causa inundações. De acordo com dados da Defesa Civil, mais de 400 mil pessoas estão afetadas. Das 62 cidades, 48 estão em situação de emergência.
Em Parintins, por exemplo, o Rio Amazonas já registra a maior cheia da história. Ruas principais da cidade registram pontos de alagamento. Nas comunidades rurais, produtores contabilizam perdas de safras inteiras por conta da inundação das produções.
Em Itacoatiara, vários bairros da cidade estão com as ruas inundadas desde o mês de março. Por conta disso, comerciantes relatam aluguéis atrasados e mercadorias estragam em contato com a água.
Em Manacapuru, na Região Metropolitana, a cheia também é considerada histórica. O Rios Solimões atingiu a marca de 20,82 metros, superando em quatro centímetros o recorde de 2015.
Já em Anamã, a situação é ainda mais crítica. O município, a 165 quilômetros de Manaus, recebeu uma balsa hospital para atender a população depois que a subida do rio Solimões alagou o Hospital Francisco Salles de Moura e os atendimentos foram suspensos. São 9.570 pessoas afetadas.
FONTE: G1 AM