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Secretário de Segurança do AM diz que espera receber Força Nacional nesta terça-feira

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Foto: José Cruz/Agência Brasil

Ministério da Justiça ainda não se posicionou sobre o envio do efetivo. Auxílio foi solicitado pelo governador Wilson Lima para ajudar a conter a onda de violência.

O secretário de Segurança Pública do Amazonas, coronel Louismar Bonates, disse nesta segunda-feira (7), que o estado espera receber na terça-feira (8) um efetivo de homens da Força Nacional. O secretário disse não saber quantos homens serão deslocados ao estado.

O auxílio foi solicitado pelo governador Wilson Lima para ajudar a conter a onda de violência que assola o Amazonas desde o fim de semana.

Esta foi a segunda noite de ataques na cidade. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, eles começaram como represália pela morte de um traficante de drogas, e a ordem para os atos de vandalismo partiu de integrantes de um grupo criminoso que estão dentro de um presídio. (Veja mais abaixo)

“O nosso efetivo é pequeno para o volume de ações. A tropa vai ter uma hora que não vai ter como tocar capital e interior. Foi sugerido e o governador acatou a decisão de pedir apoio da Força Nacional. Esperamos que até amanhã eles estejam aqui para fazer o reforço”, afirmou Bonates.

Ainda de acordo com o secretário, uma reunião foi realizada em Brasília nesta segunda-feira para alinhar a ação. “Não sabemos qual será o efetivo, depende da Senasp e do Ministério da Justiça. Eles estão em reunião nesse momento para avaliar, já que também tem outras ações que eles devem auxiliar no resto do país”, disse o secretário.

Bonates também disse que a Secretaria de Segurança Pública está contando com o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que enviou tropas para os municípios do Careiro da Várzea e Careiro Castanho.

O secretário disse que o estado ainda não solicitou a transferência dos mandantes da onda de violência para presídios federais, conforme anunciado, anteriormente, já que ainda não conseguiram chegar no cerne da organização criminosa. “Ainda não chegamos onde queremos chegar”.

O secretário também respondeu às acusações dos traficantes sobre o envolvimento de policiais no tráfico de drogas no estado. “Tivemos um problema com alguns policiais envolvidos no tráfico, mas eles foram presos, pois não admitimos policiais bandidos. O governo mandar cortar na carne mesmo, mas isso não é uma prática comum. A grande maioria está nas ruas combatendo o crime”, disse.

Segundo o secretário, foram feitas 29 prisões, sendo duas lideranças, que estão encabeçando essas ocorrências. Uma criança de 11 anos, que também participou dos ataques, foi apreendida.

Onda de ataques

Manaus viveu mais uma onda de violência entre o fim da noite de domingo (6) e a madrugada desta segunda-feira (7). Uma Unidade Básica de Saúde (UBS), o prédio do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Amazonas (Sinetram) e um caixa eletrônico foram incendiados por criminosos. Ônibus do transporte coletivo ficaram sem circular, e as aulas nas escolas públicas e privadas foram suspensas (leia mais abaixo).

Cidades registram ataques no AM

Grupos investem na capital e interior em resposta à morte de um criminoso

No Centro de Manaus, o alvo dos criminosos nesta madrugada foi o prédio do 24º Distrito Integrado de Polícia (DIP). Segundo o delegado Marcelo Martins, os homens aproveitaram que o nível do rio Negro está elevado e chegaram em duas embarcações, atirando contra o prédio.

Agentes que estavam no local trocaram tiros com os bandidos. Uma granada também foi jogada no local, mas não explodiu. A polícia, então, acionou o grupo Marte, que detonou o artefato. Não houve feridos, e o local ficará fechado para o atendimento ao público nesta segunda-feira.

Outros alvos dos ataques

A UBS do Lírio do Vale foi um dos alvos dos criminosos. Segundo um morador que preferiu não se identificar, o fogo começou por volta das 20h de domingo. Uma outra moradora percebeu a ação dos bandidos e alertou os demais. “Ela estava no carro, chegaram em uma moto, pularam o muro e quando ela viu, o fogo já estava alto”, contou.

Ainda segundo o homem, os bombeiros foram acionados, e com a ajuda dos moradores conseguiram apagar o incêndio. Na manhã desta segunda-feira (7), agentes da prefeitura estavam no local para avaliar os estragos.

Outro local que também sofreu ataques dos criminosos foi a sede do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Amazonas (Sinetram). Também na noite de domingo, homens armados dispararam tiros contra o local.

Um caixa eletrônico localizado na Praça 14 de Janeiro, no Centro, também foi atacado. O local fica em frente à uma escola pública e ao prédio da Procuradoria Geral do Estado (PGE).

Ônibus não circulam

Os ônibus do transporte coletivo de Manaus não saíram às ruas na manhã desta segunda-feira (7). É o segundo dia consecutivo que o serviço não funciona na capital, devido à onda de violência vivida na cidade.

Em nota, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Amazonas (Sinetram) informou que o serviço seguirá assim por toda a manhã e ainda não tem previsão de normalização.

Nas garagens das empresas, os veículos seguem parados. Motoristas e cobradores do primeiro turno, que compreende os horários da manhã e da tarde, foram dispensados e os demais seguem aguardando novas orientações das empresas.

Aulas suspensas

O governo do Amazonas informou, em nota, que órgãos da administração estadual vão funcionar por trabalho remoto nesta segunda-feira. No entanto, segundo o texto, os serviços essenciais das áreas de saúde e segurança não sofrerão qualquer descontinuidade nos atendimentos.

As aulas nas escolas da rede pública foram suspensas e serão realizadas apenas na modalidade remota. Nas escolas particulares, também não haverá atividades.

Ataques no fim de semana

Ao menos 16 veículos foram incendiados durante a madrugada de domingo (6) em Manaus, numa onda de ataques em represália à morte de um traficante, ocorrida no sábado (5), segundo o governo do Amazonas.

Um distrito de obras da prefeitura de Manaus, no bairro Compensa, foi alvo de ataques. O prédio onde funcionava o escritório e um trator foram incendiados. Uma agência bancária foi depredada.

FONTE: Matheus Castro, G1 AM

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