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Amazonas inicia campanha de vacinação contra febre aftosa em 41 municípios

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13 municípios amazonenses contam com o status sanitário de zona livre de febre aftosa sem vacinação. — Foto: Reprodução/Rede Amazônica
Após imunizar seus rebanhos, os pecuaristas devem notificar a vacinação junto à Adaf até o dia 15 de maio.

Há 10 anos, o pecuarista Osvaldir Bento da Silva trabalha com gado de corte na fazenda São Bento, que fica em Iranduba, a 29 quilômetros de Manaus. São 500 cabeças de gado para corte, e ele sabe da importância de vacinar o rebanho contra febre aftosa, uma doença que pode se espalhar e trazer grandes prejuízos.

Por isso, nesta segunda-feira (15), no primeiro dia de campanha “Amazonas sem febre aftosa”, seu Osvaldir já garantiu vacinas para o gado. A primeira etapa da campanha segue até 30 de abril, e deve abranger 41 cidades.

Após imunizar seus rebanhos, os pecuaristas devem notificar a vacinação junto à Adaf até o dia 15 de maio. O governo estima que há 1,7 milhão de cabeças de gado no estado.

“A aftosa é uma doença que começa pelo casco, tipo uma frieira, e como o animal tem como defesa lamber a ferida, isso passa para a boca, depois pra garganta e isso mata o animal. E o problema é que isso é transmissível e pode acabar tendo de sacrificar o rebanho”, descreve o pecuarista.

Pecuarista Osvaldir Bento da Silva fala sobre importância de vacinar rebanho. — Foto: Reprodução/Rede Amazônica
Pecuarista Osvaldir Bento da Silva fala sobre importância de vacinar rebanho. — Foto: Reprodução/Rede Amazônica

O diretor-presidente da Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado, Alexandre Araújo, afirma que a meta para 2021 é chegar a 100% do rebanho vacinado.

“Nós deveremos vacinar algo em torno de 550 mil cabeças nesses 41 municípios. Para isso, os pecuaristas devem procurar os escritórios do Idam ou as casas agropecuárias para adquirirem a vacina, realizarem a vacinação e depois a declaração da vacinação”, explicou.

O produtor rural que não vacinar ou não fazer a notificação ficará impedido de retirar e receber a Guia de Trânsito Animal (GTA), de participar de eventos pecuários e de transportar os animais para comercialização.

No Amazonas, a multa é de R$ 40 por cabeça de gado não imunizado, além de mais R$ 300 por propriedade e pagamento dos custos de deslocamento para a Adaf realizar a vacinação, de acordo com a Lei nº 2.923, de 27 de outubro de 2004, e o Decreto nº 25.583, de 28 de dezembro de 2005.

Nesta etapa da campanha, devem ser vacinados os animais dos seguintes municípios: Alvarães, Amaturá, Anamã, Anori, Atalaia do Norte, Autazes, Barreirinha, Benjamin Constant, Beruri, Boa Vista do Ramos, Borba, Caapiranga, Careiro, Careiro da Várzea, Coari, Codajás, Fonte Boa, Iranduba, Itacoatiara, Itapiranga, Japurá, Jutaí, Manacapuru, Manaquiri, Manaus, Maraã, Maués, Nhamundá, Nova Olinda do Norte, Parintins, Rio Preto da Eva, Santo Antônio do Içá, São Paulo de Olivença, São Sebastião do Uatumã, Silves, Tabatinga, Tefé, Tonantins, Uarini, Urucará e Urucurituba.

Zonas livres de febre aftosa

No ano passado, mesmo com a pandemia, a Adaf registrou a imunização de 93,7% do rebanho no Amazonas. Na segunda etapa, a ação alcançou 90,7% dos bovídeos. Os índices de vacinação alcançados atendem as diretrizes do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Outra boa notícia é que 13 municípios amazonenses contam com o status sanitário de zona livre de febre aftosa sem vacinação, reconhecido pelo Ministério da Agricultura.

O Brasil recebeu parecer técnico favorável da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), e, com isso, três estados da Amazônia poderão ser reconhecidos como zonas livres de febre aftosa sem vacinação. São eles: Acre, Rondônia e parte do Amazonas.

O reconhecimento internacional deve sair em breve e pode abrir as portas do mercado para a produção do estado, segundo o governador do estado, Wilson Lima.

“Isso significa que vamos ter a possibilidade de comercializar esse produto no território nacional e também fora do país, isso agrega valor ao nosso produto, agrega valor ao gado que é criado aqui, imagina ter na Europa um gado que é criado na região Amazônica”, disse.

Com o reconhecimento internacional, de área livre de aftosa sem vacinação, haverá uma economia no manejo do gado, e isso pode chegar ao consumidor final, segundo o secretário de produção rural do Amazonas, Petrucio Magalhães Júnior.

“E quem ganha com isso é consumidor, quem ganha com isso é o mercado que vai ter uma carne de qualidade e com garantia sanitária”, afirmou.

FONTE: G1/ Por Breno Cabral, Rede Amazônica


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