A produção de soja e a de milho do Brasil devem atingir 135,68 e 109,62 milhões de toneladas respectivamente. Apesar dos recordes, números apresentam ajustes negativo em relação às estimativas de fevereiro.
A produção de soja do Brasil deve atingir 135,68 milhões de toneladas na safra 2020/21, estimou a consultoria Datagro nesta quinta-feira (4), diante do excesso de chuvas na colheita que também está garantindo uma safra cheia em boa parte do país.
Apesar do recorde, a quantidade apresenta um ajuste negativo em relação aos 135,87 milhões vistos em fevereiro.
“Com as chuvas abundantes previstas para março, cerca de 95% da safra estaria garantida. Portanto, já podemos afirmar que teremos uma safra cheia e recorde”, disse o coordenador de grãos da Datagro, Flávio Roberto de França Junior, em nota.
As mesmas chuvas que favorecem na produtividade dificultam a colheita daquelas áreas já maduras.
“A preocupação vai limitando-se agora às dificuldades impostas pelo excesso de umidade para a colheita. E, neste caso, algumas perdas regionais estão acontecendo. Mas ainda nada que transforme radicalmente esse cenário de grande produção.”, explica França.
Ainda assim, se confirmado, o volume projetado para a soja nesta safra será 7% superior ao recorde registrado na temporada 2019/20, conforme dados da Datagro.
De acordo com a consultoria, o país também passa de uma área plantada de 37,39 milhões de hectares em 2019/20 para 38,76 milhões no ciclo atual.
“Desse total, o Brasil colheu, até o dia 26 de fevereiro, 28,0% da área estimada, ante 15,1% na semana anterior; no mesmo período de 2020, os sojicultores brasileiros haviam colhido 44,4%; na média dos últimos 5 anos, 36,9%”, informou a Datagro, destacando o atraso nos trabalhos comparado a anos anteriores.
A colheita foi postergada devido ao plantio tardio da oleaginosa, em função de uma seca no ano passado, e chuvas ocorridas desde janeiro que limitaram o processo de retirada do grão das lavouras.
Milho recorde
A estimativa de produção total do milho caiu para 109,62 milhões de toneladas, ante 110,06 milhões da projeção anterior. Apesar do corte, o volume ainda é 3% superior ao recorde de 2019/20.
Estimativa de produção total do milho na safra 2020/21 é de 109,62 milhões de toneladas. O volume ainda é 3% superior ao recorde de 2019/20. — Foto: TV Sergipe
No total das duas safras do cereal, o Brasil tem previsão de área para 2020/21 de 19,60 milhões de hectares, alta de outros 3% no ano a ano.
Para a safra de inverno, que é a principal da temporada, o país deve semear 15,31 milhões de hectares, 5% a mais no comparativo anual. Do total, 13,13 milhões de hectares estariam no centro-sul, prevê a consultoria.
“E esse plantio deve ocorrer, mesmo que em boa parte fora das janelas ideais de semeadura”, ressaltou a Datagro sobre a segunda safra, cujo potencial produtivo é de 85,58 milhões de toneladas, alta de 7% ante o ciclo anterior.
Até o dia 26 de fevereiro, a região centro-sul havia plantado 40,6% da área estimada para o milho de inverno, ante 22,2% na semana anterior.
Devido ao atraso, o índice era de 67,1% na mesma época do ano passado e, na média dos últimos 5 anos, 59,5%.
FONTE: G1AM/Reuters