A queda do dólar teve, também, influência do Banco Central, que vendeu R$ 1 bilhão em swaps
O dólar à vista caiu 2,39%, para R$ 5,6542 na venda, depois de oscilar entre R$ 5,6452 (-2,55%) e R$ 5,8152 (+0,39%). É a maior baixa percentual diária desde 26 de janeiro (-2,82%).
Na B3, o Ibovespa fechou em alta de 1,3% para 112.776 pontos. A quarta-feira teve um pregão volátil, com o noticiário movimentado.
A Câmara dos Deputados aprovou na madrugada desta quarta-feira (10), em 1º turno, a proposta de emenda à Constituição 186/19, chamada também de PEC Emergencial, o que acalmou os investidores.
O mercado se animou com a rejeição de um destaque que suprimia o gatilho para congelamento de salários de servidores. O texto ainda precisa ser aprovado em 2º turno, novamente por três quintos dos deputados, antes de ser promulgado pelas Mesas da Câmara e do Senado.
Contribui para o bom humor, ainda, a aprovação do pacote de US$ 1,9 trilhão em estímulos econômicos na Câmara dos Deputados dos Estados Unidos. É a primeira grande vitória de Joe Biden como presidente.
A queda do dólar tem influência do Banco Central, que vendeu R$ 1 bilhão em swaps, o que mostra que autoridade monetária está desconfortável com o atual nível do câmbio.
O discurso do ex-presidente Lula mexeu pouco com os ânimos do mercado no fim da manhã. O mercado financeiro “aparentemente ignorou” o discurso de Lula e operava em linha com Nova York, disse André Perfeito, economista-chefe da Necton Investimentos.
Lá fora
Os principais índices acionários dos Estados Unidos fecharam em alta nesta quarta-feira após aprovação do pacote de US$ 1,9 trilhão e dados mostrarem que o núcleo da inflação ao consumidor nos Estados Unidos permaneceu fraca em fevereiro, aliviando preocupações sobre um salto na inflação conforme a recuperação econômica ganha força.
O Dow Jones Industrial Average subiu 1,46%, para 32.297, enquanto o S&P 500 teve alta de 0,61%, para 3.899 pontos. Já o Nasdaq Composite perdeu 0,04%, para 13.068 pontos.
As bolsas da Ásia e do Pacífico fecharam sem direção única nesta quarta-feira (10), à medida que investidores continuam atentos ao comportamento dos juros dos Treasuries, que caíram ontem, mas voltaram a subir durante a madrugada.
O índice acionário japonês Nikkei ficou praticamente estável em Tóquio nesta quarta, com alta marginal de 0,03% em Tóquio, a 29.036,56 pontos, enquanto o Hang Seng avançou 0,47% em Hong Kong, a 28.907,52 pontos, e o Taiex registrou ganho de 0,37% em Taiwan, a 15.911,67 pontos. Já em Seul, o sul-coreano Kospi recuou 0,60%, a 2.958,12 pontos, acumulando perdas pelo quinto pregão consecutivo.
Na China continental, o Xangai Composto encerrou a sessão em ligeira baixa de 0,05%, a 3.357,74 pontos, enquanto o menos abrangente Shenzhen Composto subiu 0,21%, a 2.165,35 pontos.
Os movimentos dos Treasuries permanecem no radar, uma vez que a recente tendência de alta dos juros dos papéis que formam a dívida federal dos EUA vem alimentando expectativas de pressões inflacionárias, que podem eventualmente levar bancos centrais a rever suas medidas de estímulo monetário, num momento em que a economia global se recupera dos efeitos da pandemia de Covid-19.
Ontem, uma queda nos rendimentos dos Treasuries de longo prazo ajudou a impulsionar as bolsas de Nova York, em especial o Nasdaq, que saltou 3,69%, no melhor dia desde novembro de 2020 do índice que é em boa parte formado por ações de tecnologia. Nas últimas horas, porém, os retornos dos Treasuries voltaram a apontar para cima.
Participantes dos mercados asiáticos também acompanharam os últimos números de inflação da China. O índice de preços ao produtor (PPI) teve forte aumento anual de 1,7% em fevereiro, depois de avançar 0,3% em janeiro. O índice de preços ao consumidor (CPI) chinês, por sua vez, teve queda anual de 0,2% em fevereiro, após cair 0,3% no mês anterior.
Na Oceania, a bolsa australiana ficou no vermelho, à medida que quedas nos preços do petróleo e do minério de ferro derrubaram ações de petrolíferas e mineradoras negociadas em Sydney. O S&P/ASX 200 caiu 0,84%, a 6.714,10 pontos.
FONTE: Matheus Prado e Leonardo Guimarães, do CNN Brasil Business, em São Paulo*