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Subida no nível do Rio Negro não representa fim da seca, diz SGB

Pelo quarto dia consecutivo, o Rio Negro, em Manaus, registrou elevações no nível da água, marcado a cota de 12,20 metros, nesta quarta (16). Especialista fala sobre fenômeno.

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Rio Negro na seca de 2024. — Foto: Lucas Macedo/g1 Amazonas

O nível do Rio Negro, em Manaus, registrou elevações pelo quarto dia consecutivo após atingir o recorde histórico com o nível mais baixo já registrado desde o início do monitoramento em 1902, com 12,11 metros. Nesta quarta-feira (16), o rio atingiu a cota de 12,20 metros. A subida, no entanto, não representa o fim da seca, afirma o Serviço Geológico Brasileiro (SGB).

As elevações têm sido registradas em Manaus desde o último domingo (13), após o Rio Negro ter permanecido estável por 104 dias seguidos de descida. Desde então, o nível já subiu nove centímetros.

A repentina subida das águas pode ser explicada pelo fenômeno conhecido como “repiquete”, típico dos rios da região amazônica, em que os níveis oscilam, subindo e descendo, como uma espécie de efeito sanfona.

“Agora o Rio Negro está passando por uma redução na intensidade de descida, apresentando certa estabilidade e até pequenas elevações, mas ainda não é o final da estiagem”, informou a pesquisadora do SGB, Jussara Cury.

Cury explicou ainda que para que o ciclo de cheia seja iniciado é necessário que haja chuvas consistentes e bem distribuídas, tanto nas regiões de cabeceira quanto na parte central da bacia amazônica.

Devido à estiagem, a Prefeitura de Manaus decretou situação de emergência por 180 dias e interditou a Praia da Ponta Negra, após o rio ultrapassar a cota mínima de segurança de 16 metros.

Subida em outros rios do Amazonas
Seca em Itacoatiara é a maior desde o início do registro, em 1996. — Foto: Liam Cavalcante/Rede Amazônica
Seca em Itacoatiara é a maior desde o início do registro, em 1996. — Foto: Liam Cavalcante/Rede Amazônica

A pesquisadora também destacou que o processo não se limita ao Rio Negro, já que outros rios da Bacia Amazônica, como o Solimões, estão enfrentando o mesmo processo.

Em Manacapuru, o Rio Solimões enfrentou a pior seca de sua história. No sábado (12), o nível do rio chegou a 2,06 metros, e nesta quarta-feira (16) subiu para 2,14 metros.

No Alto Solimões, em Tabatinga, a situação foi ainda pior, com o rio atingindo uma cota negativa. Em 26 de setembro, o Solimões registrou o nível histórico de -2,54 metros. Embora o rio ainda esteja em cota negativa, houve uma recuperação, e nesta quarta-feira (16) o nível subiu para -1,65 metros.

Outro rio que apresentou elevação foi o Amazonas, em Itacoatiara. Na sexta-feira (11), o nível do rio caiu para cota negativa, atingindo -0,03 metro, e continuou descendo, chegando a -0,08 metro na terça-feira (15). No entanto, nesta quarta-feira (16), o rio voltou a subir cinco centímetros, marcando novamente a cota de -0,03 metro.

Além da capital, os 61 municípios do Amazonas também enfrentam uma situação de emergência devido à seca. Segundo a Defesa Civil, todas as calhas de rios do estado estão em estado crítico de vazante.

FONTE: Por G1 AM

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