A seca em Manaus tem destacado o acúmulo de lixo nos igarapés, onde é comum ver espuma branca causada pela poluição. A capital está em situação de emergência, com o Rio Negro medindo 13,92 metros nesta quinta-feira (26), quase dois metros abaixo da marca histórica de 12,70 metros registrada em 2023.
Devido ao baixo nível das águas, a praia da Ponta Negra foi fechada para banho. Com a diminuição do volume de água, o lixo acumulado se torna mais evidente, e a espuma resultante preocupa moradores e especialistas.
“Isso é resultado da falta de saneamento básico e do lançamento de produtos, o que potencializa a formação dessas espumas”, disse o biólogo André Menezes.
A situação não é nova. Em 2021, registros semelhantes foram feitos nos igarapés do Tarumã, na Zona Oeste. Atualmente, cerca de 700 toneladas de resíduos sólidos são retiradas mensalmente dos 33 igarapés da cidade.
A combinação do baixo nível das águas e o acúmulo de lixo afeta não apenas os igarapés, mas também os animais e árvores ao redor. O impacto é sentido não apenas durante a seca, mas em todo o período em que o lixo leva para se decompor.
De acordo com o Instituto Trata Brasil, Manaus é a terceira pior cidade do país em termos de saneamento básico.
“Colocar canalização e tubulação de residências dentro dos igarapés não é saneamento básico. Isso nos traz péssima qualidade de vida”, criticou a ativista ambiental Eulália Vasques.
No Tarumã Açu, a preocupação é avaliar até que ponto o meio ambiente consegue suportar essa carga de poluição, segundo o ativista ambiental Jadson Maciel. “Esperamos que essa bacia suporte toda essa carga, que vem do esgotamento sanitário da Zona Norte e Zona Oeste, ilegal nesse corpo hídrico”.
Em resposta à situação, a Secretaria Municipal de Limpeza Urbana informou, por meio de nota, que tem intensificado suas ações durante a seca, utilizando máquinas pesadas e botes para a coleta de resíduos.
FONTE: Por G1 AM