Rodrigo Wenderson Nunes dos Santos, de 31 anos, preso suspeito de abusar sexualmente crianças e transmitir o vírus do HIV propositalmente negou o crime, em Manaus, mas confessou que compartilhava vídeos de pornografia infantil. Ele se entregou à polícia após ser considerado foragido da Justiça, na madrugada desta quarta-feira (12).
Na saída da Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), que investiga o caso, Rodrigo falou com a Rede Amazônica. Ele disse que não cometeu abusos sexuais contra menores de idade.
“Não tem vítima nenhuma. Os vídeos são verídicos, mas peço desculpas as pessoas que se sentiram ofendidas. Nunca abusei de criança nenhuma, foi ‘fake news’ o que disseram que transmiti HIV para outras pessoas, sou soro positivo sim, não vou mentir, mas sei da minha índole e caráter”, disse o suspeito.
Rodrigo e outro homem haviam sido presos suspeitos de cometerem os crimes em maio. Eles foram soltos no fim semana, após a Polícia Civil do Amazonas esquecer o prazo do fim da prisão da dupla. Um novo pedido de detenção preventiva foi apresentado nesta terça-feira (11) e o suspeito se entregou durante a madrugada.
Na época, segundo a então titular da Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), Joyce Coelho, as investigações tiveram início há dois anos após uma denúncia anônima saída de uma assistência técnica de celulares. O denunciante informou a equipe que em um aparelho celular havia uma conversa entre dois homens que admitiam a prática de estupros e abusos.
Questionado sobre as conversas, ele disse que são reais, mas que aconteceram em um “momento de leseira”.
“Aquelas mensagens foram em um momento de leseira, de doidice. Eu estou muito consciente com minha mente”, finalizou o homem.
O outro homem que havia sido preso junto com ele é procurado pela polícia.
Prisões dos suspeitos
“Na época a gente não pôde concluir a investigação, porque o celular não foi encontrado para ser apreendido. O que havia eram alguns prints que a suposta assistência técnica teria feito”, relembrou a delegada, na época.
Joyce Coelho também contou que as investigações foram retomadas em dezembro de 2023, após a Polícia Federal receber a mesma denúncia. Logo em seguida, ao intensificar as averiguações, a polícia conseguiu identificar os dois homens.
A polícia também identificou que os suspeitos, em trocas de mensagens, compartilhavam conteúdo pornográfico, além das informações sobre os abusos sexuais que teriam praticado contra crianças, com o intuito de transmitir o vírus HIV ou Aids (PVHA).
“Tudo indica que essas conversas, esses grupos, realmente são feitos a partir do aparelho celular. Então, essa operação foi bastante exitosa, inclusive no sentido de confirmar a autoria dos fatos. Eles de fato são os interlocutores dessas conversas”, afirmou a titular da Depca.
A delegada contou ainda que foi identificado um modus operandis da dupla, que compartilhavam informações sobre as preferências.
“Com o decorrer dessa investigação, poderemos identificar vítimas, uma vez que no teor dessas conversas, eles falavam a sua preferência por crianças, quanto mais nova, melhores, inclusive abordagens que poderiam ser feitas em locais públicos ou privados, inclusive em banheiros de shoppings”, destacou Joyce Coelho.
FONTE: Por G1 AM