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Organizações indígenas criticam entrega de licença de instalação para exploração do potássio no AM

Apiam e Coiab manifestam preocupação com autorização do Governo do Amazonas em liberar a exploração do mineral em terras indígenas.

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Cidade de Autazes, no Amazonas. — Foto: Potássio do Brasil

A Articulação das Organizações e Povos Indígenas do Amazonas (Apiam) e a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) criticaram, nesta terça-feira (9), a entrega da licença ambiental para a instalação do Projeto Potássio Autazes, feita pelo Governo do Amazonas.

Segundo o governo, na fase de instalação da atividade, devem ser gerados de forma direta 2,6 mil postos de trabalho, na fase de operação da Mina de Silvinita, que será a maior do país. No total, a nova matriz econômica vai proporcionar mais de 17 mil postos de trabalhos diretos e indiretos no estado quando estiver em operação, segundo o governo estadual. 

No entanto, segundo as organizações, o projeto tenta sobrepor os interesses do setor econômico violando os direitos dos povos indígenas presentes na região, e que são resguardados pela Constituição Federal.

“As comunidades do povo Mura não foram consultadas nem foi realizado o Estudo do Componente Indígena no processo de licenciamento ambiental, o que viola o direito à consulta livre, prévia e informada estabelecido pela Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho – OIT, promulgada pelo Decreto 5.051, de 19/04/2004 e consolidada pelo Decreto 10.088, de 05/11/2019”, disse a Apiam.

“Questões como a grande movimentação de pessoas vinda de outras regiões, riscos de transmissão de doenças, destruição da terra e do meio ambiente, contaminação das águas, diminuição dos alimentos são preocupações que afligem as comunidades e só se agravam diante dos efeitos das mudanças climáticas que são resultados do modelo de desenvolvimento econômico ganancioso da sociedade não indígenas”, continuou a entidade.

A Coiab emitiu uma nota de repúdio contra a decisão do governo, e ressaltou que os povos Mura, presentes naquela região, não foram consultados sobre a exploração do mineral em terras indígenas. 

“As comunidades locais, mesmo antes da implementação desse projeto, já vêm sendo impactadas psicologicamente e socialmente, especialmente nesse momento pelo assédio às comunidades como estratégia para aceitarem a implantação do empreendimento”, explicou a organização. 

Por fim, o grupo também pediu a ajuda do Governo Federal e do Ministério Público Federal (MPF) para tentar reverter a situação. “Apelamos ao Ministério dos Povos Indígenas (MPI), à Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai(, e ao Ministério Público Federal para, no exercício de suas funções, atuarem em defesa dos direitos territoriais, socioambientais e culturais do povo Mura”, finalizou.

FONTE: Por G1 AM

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