O ex-policial militar do Rio de Janeiro, Ronnie Lessa, relatou à Polícia Federal (PF) que ele e o sargento reformado da Polícia Militar Edmilson Macalé receberiam uma “grande extensão de terras” como pagamento pela execução da vereadora Marielle Franco. A declaração foi feita em acordo de delação feito com os investigadores.
Lessa e Macalé são suspeitos de assassinarem a vereadora e seu motorista, Anderson Gomes, em 14 de março de 2018. O ex-PM teve a delação homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na semana passada.
Ele narrou que os irmãos Brazão — Domingos e Chiquinho Brazão, suspeitos de serem mandantes do crime — “estavam planejando invadir para promover o parcelamento do solo para posterior revenda dos lotes”.
Conforme a delação, as terras, devido às dimensões, “se tratavam de uma empreitada milionária”. Os loteamentos seriam obtidos por meio de invasão e grilagem de terras, a ser realizada pelos irmãos Brazão. Seriam duas extensões, cada uma com mais de 150 mil m², em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro.
“Contudo, asseverou que o maior atrativo da iniciativa residia na exploração dos serviços típicos de milícia decorrentes da ocupação dos loteamentos, como exploração de “gatonet”, gás, transporte alternativo, dentre outros, pelos quais o colaborador e seu comparsa seriam os responsáveis”, narra, em relatório da PF.
Na delação, Lessa afirma ter sido procurado por Macalé. O sargento reformado explicou para o colega de corporação qual seria a “missão” e informou que, em contrapartida, ambos receberiam “um loteamento a ser levantado nas imediações da Rua Comandante Luís Souto, no bairro Tanque, no Rio de Janeiro”.
FONTE: Por CNN