A investigação da Polícia Federal (PF) detalha a rota das 43 mil armas que foram vendidas para as principais facções brasileiras.
Segundo apurado, o argentino Diego Hernan Dirísio, considerado o principal contrabandista de armas da América do Sul, comprava armas fabricadas em países da Europa, como Croácia, Turquia, República Tcheca e Eslovênia, para vender a criminosos brasileiros.
No entanto, antes da venda, as armas e munições passavam pelo Paraguai, em uma empresa de Assunção, que está no nome dele, onde eram raspadas e revendidas a grupos de intermediários que atuavam na fronteira do Brasil com Paraguai, para serem revendidas às principais facções criminosas do Brasil.
Detalhes da Coordenação-Geral de Repressão a Drogas, Armas, Crimes contra o Patrimônio e Facções Criminosas (CGPRE) da Polícia Federal em Brasília dão conta que os itens eram vendidos para o Primeiro Comando da Capital (PCC), em São Paulo, e ao Comando Vermelho, no Rio de Janeiro.
O armamento também ia para outros estados do Brasil, conforme identificado pela PF.
Estima-se que, desde o início das investigações, a empresa investigada do Paraguai, que importou as cerca de 43 mil armas para o país vizinho ao Brasil, movimentou em três anos cerca de R$ 1,2 bilhão. Neste período foram realizadas 67 apreensões que totalizam 659 armas apreendidas no território brasileiro.
A investigação começou em 2020, quando pistolas e munições foram apreendidas no interior da Bahia, com membros da facção PCC. As armas estavam com o número de série raspado, mas, por meio de perícia, a PF conseguiu obter informações da origem e avançar na investigação.
Nesta terça-feira (5), a PF cumpriu 25 mandados de prisão e 52 de busca e apreensão contra o grupo. O ex-comandante da Força Aérea do Paraguai foi preso suspeito de fazer parte da organização. O principal alvo, Diego Hernan Dirísio, está foragido.
FONTE: Por CNN