Unidades Básicas de Saúde (UBS) de cinco estados — Pará, Paraíba, Distrito Federal, São Paulo e Paraná — fazem parte do projeto piloto do Ministério da Saúde para instalação de salas de amamentação em postos públicos. Os espaços estão em fase de implantação e, depois, serão incluídos em todas as obras de construção de UBSs.
A iniciativa foi divulgada nesta segunda-feira (31) durante lançamento da campanha nacional de incentivo à amamentação, que abriu a Semana Mundial de Aleitamento Materno no Brasil.
“Ao mesmo tempo que nós aqui vemos a beleza do gesto da amamentação, não é assim que acontece na sociedade. Muitas vezes esse ato — que é um ato de cuidado, de proteção — é visto com preconceito, com estigma contra as mulheres”, disse a ministra da Saúde, Nísia Trindade, durante o evento.
Com os espaços disponíveis na UBSs, mulheres terão acesso a um local seguro e estruturado para retirar e armazenar o leite materno, além de apoio médico para dar continuidade ao processo. Segundo a ministra, ações de combate à violência contra as mulheres também estão sendo trabalhadas.
“A amamentação protege contra infecções respiratórias, diarreias e alergias. E é a ação que isoladamente tem maior potencial para a redução da mortalidade, reduz em até 13% a mortalidade infantil por causas evitáveis”, afirmou a coordenadora de Saúde da Criança e Adolescente do ministério, Sônia Venâncio.
Com essa ação, o governo trabalha para que, até 2030, pelo menos 70% das crianças de até seis meses de vida sejam amamentadas exclusivamente. A meta estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é de 50% até 2025.
Além das unidades de teste nos cinco estados, o governo quer implementar a sala de amamentação na planta das próximas UBSs com mais de quatro equipes de saúde.
Cada grupo é composto por médico, enfermeiro, técnico de enfermagem e agentes comunitários de saúde. Também fazem parte equipes de saúde bucal, formadas por odontólogo e técnico.
Durante o evento, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, também comentou sobre a violência praticada contra as mães que amamentam em público.
“Quantas mulheres foram xingadas no shopping porque amamentavam? Quantas mulheres foram tiradas de ônibus porque estavam amamentando? Quantas mulheres foram xingadas enquanto amamentavam seus filhos?”, questionou Cida Gonçalves.
“Se for necessário amamentar em público, é um direito nosso e da criança. Nós vamos precisar reafirmar isso. O Brasil precisa acabar com o preconceito sobre os corpos das mulheres”, completou a ministra.
FONTE: Por CNN