O Senado Federal proibiu a entrada de visitantes e endureceu as regras de acesso às instalações da Casa nesta semana, após ameaças crescentes de atos de violência no Distrito Federal.
As novas medidas pretendem reforçar a segurança dos eventos da posse do presidente da República eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 1º de janeiro, segundo comunicado assinado pela diretora-geral do Senado, Ilana Trombka, e pelo diretor da Secretaria de Polícia do Senado, Alessandro Morales.
Entre outras autoridades, Lula vai comparecer ao Congresso Nacional no domingo à tarde, como parte dos eventos da posse presidencial.
O texto diz que, “diante dos últimos acontecimentos e da necessidade de reforço na segurança no perímetro da Praça dos Três Poderes, a Secretaria de Polícia do Senado Federal informa que nesta semana serão adotadas as seguintes medidas em caráter excepcional”:
- Torna-se obrigatório que todas as pessoas passem pelos pórticos de raio-x e detectores de metal para entrar nas dependências do Senado. Isso é válido, inclusive, para servidores, funcionários terceirizados e prestadores de serviço, que, normalmente, não precisam passar pelos aparelhos
- Durante esse período não será permitida a entrada de visitantes
- Não será permitido o acesso a entregadores de alimentos ou motoristas de aplicativo
- As entregas de alimento e o embarque ou desembarque de passageiros deverão ser feitos na área externa ao Senado
- Não será permitida a entrada de correntistas nas agências bancárias da Casa que não integrem o quadro de colaboradores. Apenas senadores, servidores, terceirizados e estagiários poderão utilizá-las
O comunicado diz ainda que casos excepcionais deverão ser encaminhados com antecedência para a secretaria de Polícia do Senado por meio de um e-mail.
Violência no DF após as eleições
A Polícia Civil do Distrito Federal prendeu, no sábado (24), um suspeito de ter colocado um artefato explosivo no Aeroporto Internacional de Brasília. O explosivo estava em um caminhão que transportava querosene, informou a polícia.
O suspeito é um homem de 54 anos, vindo do Pará, e que estava em Brasília para manifestações antidemocráticas de apoiadores do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), segundo informações da Polícia.
Em um apartamento alugado em Brasília, supostamente ligado ao suspeito, foram encontrados mais cinco explosivos, além de munições, disse o delegado-geral da Polícia Civil do Distrito Federal, Robson Candido.
Segundo ele, mais pessoas estavam envolvidas na ação, uma delas já foi identificada pela polícia, mas ainda não está presa. O objetivo delas seria chamar atenção para o movimento antidemocrático.
No dia seguinte, a Polícia Militar do Distrito Federal encontrou artefatos explosivos em uma área de mata na região administrativa do Gama, que fica a cerca de 35 km do centro de Brasília.
Segundo a PMDF, os policiais chegaram ao local após uma denúncia. A área foi isolada e o esquadrão de bombas do Batalhão de Operações Especiais da PMDF foi acionado para confirmar se o material era de fato explosivo. Os artefatos foram detonados pelos agentes.
Além dos explosivos, foram encontrados coletes à prova de balas e cinco capas de coletes durante a operação. Os materiais apreendidos foram encaminhados ao Instituto de Criminalística da Polícia Civil, onde vão passar por perícia.
Também no domingo, à noite, um grupo de 12 pessoas foi detido em Brasília enquanto se encaminhava para o Supremo Tribunal Federal (STF) protestar contra a prisão de José Acácio Serere Xavante, conhecido como cacique Tsereré, pastor indígena de 42 anos.
Horas antes ainda no domingo, um grupo de indígenas chegou a invadir a área da marquise do STF para protestar pelo mesmo motivo, mas deixaram o local pacificamente após negociação com a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF).
Procurada pela CNN, a assessoria do STF informou que não se manifestaria sobre a invasão, mas pontuou que o grupo não tentou invadir a parte interna do prédio depois de pular o bloqueio. De acordo com a PMDF, as pessoas detidas no fim da noite não eram indígenas.
Os casos se juntam a eventos recentes de violência pós-eleitoral na capital federal. Há cerca de duas semanas, apoiadores do atual presidente da República tentaram invadir a sede da PF em Brasília, após a prisão de um líder indígena ligado ao grupo.
Houve confronto com as forças de segurança e parte dos manifestantes, armados com bombas caseiras, ateou fogo a veículos. A medida ocorreu no mesmo dia que Lula foi diplomado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
FONTE: Por CNN