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Nancy Pelosi deixa Taiwan e encerra visita que enfureceu China

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Nancy Pelosi deixa o Parlamento de Taiwan, nesta quarta (3). Getty Images

A presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, deixou Taiwan nesta quarta-feira (3) depois de se comprometer com a solidariedade e saudar sua democracia, deixando um rastro de raiva chinesa por sua breve visita à ilha autogovernada que Pequim reivindica como sua.

Pelosi, cuja delegação fez uma parada não anunciada, mas observada de perto, em Taiwan na noite de terça-feira (2) após visitas a Singapura e Malásia, estava programada para continuar sua turnê asiática com paradas na Coreia do Sul e no Japão.

Seu avião decolou de um aeroporto na capital Taipé por volta das 18h, horário local (7h, no horário de Brasília).

Em encontro com presidente de Taiwan, Pelosi diz que EUA “não abandonarão” ilha

A presidente da Câmara dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, disse que quer deixar “inequivocamente claro” que os EUA não abandonarão Taiwan, em discurso no escritório presidencial em Taipé nesta quarta-feira (3).

“Hoje, nossa delegação veio a Taiwan para deixar inequivocamente claro que não abandonaremos nosso compromisso com Taiwan e estamos orgulhosos de nossa amizade duradoura”, disse Pelosi, ao lado da presidente Tsai Ing-wen, após receber a mais alta honraria civil de Taiwan.

“Agora, mais do que nunca, a solidariedade da América com Taiwan é crucial e essa é a mensagem que estamos trazendo aqui hoje”, afirmou ela. “Estou ansiosa para exibir esa honraria no Gabinete da Presidencia (da Câmara), ou usá-lo no Capitólio como um símbolo de nossa preciosa amizade”, disse Pelosi sobre a honra civil.

A presidente da ilha agradeceu a Pelosi pela visita e disse que Taipé fará “o que for preciso” para fortalecer sua capacidade de autodefesa.

“Enfrentando ameaças militares deliberadamente intensificadas, Taiwan não vai recuar. Defenderemos firmemente a soberania de nossa nação e continuaremos a manter a linha de defesa da democracia”, disse Tsai no escritório presidencial.

A presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, recebe a Ordem das Nuvens Propícias com Grande Cordão Especial, a mais alta honraria civil de Taiwan, da presidente da ilha Tsai Ing-wen, no escritório da Presidência / Getty Images

“Ao mesmo tempo, desejamos cooperar e trabalhar em unidade com todas as democracias ao redor do mundo para salvaguardar conjuntamente os valores democráticos”.

Tsai disse que está comprometida em “manter a paz e a estabilidade” no Estreito de Taiwan e prometeu tornar a ilha uma “força estabilizadora chave” para a segurança regional e o desenvolvimento do comércio global.

Ela agradeceu a Pelosi por “expressar a política consistente dos EUA de apoio à autodefesa de Taiwan” e a saudou como uma das “amigos mais dedicados” da ilha democrática.

“Taiwan é um parceiro cooperativo confiável e confiável dos EUA. Continuaremos a trabalhar com o Congresso americano, bem como com o governo, para fortalecer a cooperação em áreas como segurança do Indo-Pacífico, desenvolvimento econômico, cultivo de talentos e cadeias de suprimentos, de modo a elevar ainda mais as nossas relações”, acrescentou.

China classifica visita de Pelosi a Taiwan como “uma farsa completa”

O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, atacou a presidente da Câmara dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, nesta quarta-feira (3), chamando sua visita a Taiwan de “farsa completa” e alertando que “aqueles que brincam com fogo perecerão”.

“Os Estados Unidos estão violando a soberania da China sob o pretexto da democracia”, disse Wang a repórteres durante uma reunião com os ministros das Relações Exteriores da Asean (Associação das Nações do Sudeste Asiático) no Camboja.

Ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, em Bali, na Indonésia / Stefani Reynolds/Pool via REUTERS

Em um comunicado, o Ministério das Relações Exteriores chinês criticou Pelosi por “descaradamente” prosseguir com sua visita, alegando que “infringe maliciosamente a soberania da China e se envolve descaradamente em provocações políticas”.

“Isso prova mais uma vez que alguns políticos dos EUA se tornaram ‘encrenqueiros’ das relações China-EUA”, disse o comunicado.

O Escritório de Assuntos de Taiwan da China também disse em um comunicado separado na quarta-feira que Pequim adotará “medidas de punição criminal” para aqueles que forem “obstinados” em apoiar a independência da ilha.

Antes da visita de Pelosi, a China emitiu uma série de alertas furiosos, prometendo tomar “medidas resolutas e vigorosas” se a viagem à ilha prosseguisse.

Após a chegada da líder da Câmara a Taipé na terça-feira (2), os militares da China disseram que iniciariam exercícios em torno de Taiwan e lançariam uma série de “operações militares direcionadas para neutralizar a situação”, segundo declarações do Comando Oriental da China e do Ministério da Defesa.

FONTE: Por REUTERS

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