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No AM, polícia diz que aguarda parecer da Justiça para ouvir médicos sobre tratamento com proxalutamida

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Prontuário de Zenite Gonzaga — Foto: Arquivo pessoal

Denúncia foi feita pela família de Zenite Gonzaga Mota, paciente de em Itacoatiara, que morreu durante uma pesquisa com proxalutamida no começo deste ano.

A Polícia Civil vai ouvir médicos envolvidos no tratamento com proxalutamida de uma paciente em Itacoatiara. No entanto, não há prazo para o início dos depoimentos. A denúncia foi feita pela família de Zenite Gonzaga Mota, paciente de um hospital do município, que morreu durante uma pesquisa com proxalutamida no começo deste ano.

Vale ressaltar que não existe um tratamento eficaz contra Covid-19. A vacinação é a maneira mais eficaz de evitar formas graves da doença.

Em nota, a Polícia Civil informou que, primeiro, aguarda o parecer da Justiça sobre as documentações e instrumentos da investigação, para que então os profissionais que atuaram no tratamento sejam ouvidos. O texto informa ainda que as diligências acerca do caso estão em curso.

Os médicos envolvidos na denúncia serão ouvidos pelo delegado Paulo Barros, titular da Delegacia de Itacoatiara, unidade em que foi registrado um Boletim de Ocorrência sobre o caso.

Zenite esteve internada no Hospital Regional José Mendes durante um dos momentos críticos da pandemia no Amazonas. Segundo a família, ela e outros pacientes internados na época receberam tratamento com comprimidos de proxalutamida sem que o hospital explicasse como funcionava, quais os riscos do tratamento e que ele era experimental.

Segundo a sobrinha de Zenite, Alessandra Mota, o caso não prosseguiu desde o registro. Ela cobra investigações mais incisivas a respeito do caso.

“É preciso uma maior investigação, abrir uma CPI também no município para investigar essas mortes”, comentou.

Zenite Gonzaga tinha 71 anos e morreu em decorrência de complicações da Covid-19  — Foto: Arquivo Pessoal
Zenite Gonzaga tinha 71 anos e morreu em decorrência de complicações da Covid-19 — Foto: Arquivo Pessoal

O tratamento com comprimidos de proxalutamida faz parte de um dos procedimentos questionados pela Comissão de Ética do Conselho Nacional de Saúde (Conep), após indícios de irregularidades. De acordo com o documento apresentado pelo Conep, a morte de pelo menos 200 pessoas foi reportada durante o estudo.

Segundo o Conep, o pedido de investigação encaminhado à Procuradoria Geral da República (PGR) ainda não foi respondido. O coordenador do Conep, Jorge Venâncio, informou ao g1 que o órgão geralmente é comunicado, em caso de abertura de investigação, mas o fato ainda não aconteceu.

O Ministério Público do Amazonas (MPF) encaminhou os autos do procedimento aos Conselhos Regionais de Medicina (CRF) dos médicos envolvidos e está investigando o possível crime em torno do caso. Os procedimentos tramitam em sigilo.

Proxalutamida no Amazonas

No Amazonas, as pesquisas com proxalutamida aconteceram sob responsabilidade do médico Flávio Cadegiani e foi facilitada nos municípios pela empresa Samel. Em fevereiro deste ano, diretores da empresa divulgaram de forma ampla as visitas que fizeram no interior do Estado divulgando o medicamento.

A proxalutamida é uma droga experimental estudada para aplicação em pacientes com alguns tipos de câncer, como o de próstata. No Brasil, o medicamento não tem registro para uso e não é utilizado em nenhum tratamento.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), suspendeu a autorização de importação e uso da substância, em setembro.

Em entrevista ao g1, o diretor da Samel, Luis Alberto Nicolau confirmou que foi ao interior na época da pesquisa, pontuou a eficácia do tratamento e ressaltou que considera o caso uma perseguição política, além de informar que as mortes registradas durante o estudo foram de pacientes que utilizaram placebo.

FONTE: Por G1 AM

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