Cientistas e ambientalistas sobrevoaram a região nesta segunda-feira (20). Para eles, há forte indicativo de grilagem e duas pistas clandestinas foram avistadas.
Cientistas e ambientalistas do Greenpeace Brasil fizeram um sobrevoo em áreas atingidas por queimadas no município de Lábrea, no interior do Amazonas, nesta segunda-feira (20). O sobrevoo feito pelo grupo partiu do estado de Rondônia, seguiu até o Amazonas e durou cerca de quatro horas.
No município de Lábrea, a área devastada pelas queimadas que foi sobrevoada pelo grupo é de 107 quilômetros quadrados. O espaço é equivalente a 14.985 campos de futebol.
De acordo com o Greenpeace, o município foi o que apresentou mais focos de calor na Amazônia em 2021. Entre o dia 1º de janeiro e 18 de setembro, foram 2.946 focos de calor registrados em Lábrea.
A gestora ambiental do Greenpeace Brasil, Cristiane Mazzeti, disse em entrevista à Rede Amazônica que o que mais impressionou o grupo durante o sobrevoo foi a escala da destruição ambiental causada pelas queimadas na região.
“Nós observamos polígonos de desmatamento, alguns queimados e outros ainda para queimar, de dois mil hectares. Algumas áreas incidindo em florestas públicas ainda não destinadas, o que é um forte indicativo de grilagem. A gente vê que não são pessoas que não tem recursos ou pequenos produtores que estão grilando essas terras. Estamos falando de gente muito capitalizada por trás desses grandes desmatamentos e queimadas ilegais“, disse.
Todos os incêndios na região de Lábrea são considerados ilegais. A maioria dos focos de queimadas é para ocupação pela pecuária, conforme o Greenpeace.
Ainda durante o sobrevoo, os pesquisadores também avistaram duas pistas clandestinas na região. As queimadas no Amazonas devem durar até fim do mês de outubro.
Em agosto de 2021, o desmatamento na Amazônia foi o maior para o mês nos últimos 10 anos, segundo um relatório do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia. A área desmatada foi 7% maior que a registrada no mesmo mês em 2020.
Junto com o Pará, o Amazonas foi o estado que mais desmatou. Ambos foram responsáveis por 66% da área que foi destruída no mês de agosto.
FONTE: Por G1 AM