Problemas como alta do preço dos combustíveis e do aluguel de carros interferem diretamente no trabalho dos motoristas de app
Motoristas de aplicativos de transporte como a Uber e a 99 (antiga 99 táxis) vêm sofrendo com a alta na gasolina, que, em alguns postos do país, já chegou a bater a marca dos R$ 7. Problemas com o preço do aluguel de carros também interferem diretamente no trabalho dos profissionais. Com isso, cresceram as queixas entre usuários, relacionadas a cancelamentos e tempo de espera pelos motoristas, mas escassos hoje em relação à demanda.
Nesse contexto, a Uber alterou nesta semana a sua tabela de preços, para tentar melhorar o retorno de seus colaboradores. A empresa anunciou na última terça-feira que, no Brasil, está extinta a taxa fixa de 20% a 25% cobrada ao motorista sobre o valor de cada corrida. O app ainda afirma que o valor não será adicionado ao consumidor.
O valor de mudança percorrida foi alterado, saindo de R$ 0,90 para R$ 1,03 por quilômetro rodado, um aumento de 14,5%, bem como o que é pago pelo tempo de viagem, reajustado em 17%, de R$ 0,12 para R$ 0,14 por minuto.
“Com o aumento constante dos combustíveis, a Uber tem intensificado seus esforços para ajudar os motoristas parceiros a reduzirem seus gastos, com parcerias que oferecem desconto em combustíveis, por exemplo, assim como tem feito uma revisão e reajustado os ganhos dos motoristas parceiros em diversas cidades. Na região metropolitana de São Paulo, por exemplo, os valores de ganhos com viagens UberX foram reajustados em até 35% nesta semana”, diz a Uber em nota enviada ao CNN Brasil Business.
A 99 também anunciou, na quinta-feira (9), que irá reajustar sua tabela de pagamentos. Em nota, a companhia afirma que “está acompanhando os constantes aumentos dos combustíveis e seus efeitos negativos sobre a categoria” e que “diante desse cenário, vem implementando diversas medidas para contribuir com mais ganhos para os motoristas parceiros”.
“Nesse momento a crise econômica afeta a todos e é preciso manter o equilíbrio da operação: oferecendo ganho e gerando demanda para os motoristas, ao mesmo tempo em que proporcionamos transporte eficiente e financeiramente acessível para os passageiros”, continuou a 99.
Segundo Eduardo Lima de Souza, presidente da Associação dos Motoristas de Aplicativos de São Paulo (Amasp), existe um trabalho da associação para o reajuste desde 2016. “Não temos um reajuste nas tarifas desde 2015, o combustível subiu dezenas de vezes nesse período, assim como a inflação. Então esse reajuste é bem inferior ao que a classe necessita. Ele não supre ou ameniza a situação financeira enfrentada, mas, já é alguma coisa”, afirma.
FONTE: Por CNN