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Desmatamento na Amazônia: operação da PF prende suposto líder de esquema que gerou dano ambiental de R$ 138 milhões

Apontado como líder da rede criminosa foi preso em Campinas, no interior de SP. Operação é realizada na manhã desta quarta-feira (23).

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Operação da PF apura desmatamento e queimadas ilegais na Amazônia — Foto: Polícia Federal/Divulgação

A Polícia Federal prendeu, nesta quarta-feira (23), o homem apontado como líder de uma rede criminosa de desmatamentos e queimadas na região Sul do Amazonas. A suspeita é que o esquema tenha gerado danos ambientais estimados em R$ 138 milhões.

O homem preso é o principal financiador e articulador das operações ilegais, segundo a Polícia Federal. Ele foi preso em um condomínio de luxo em Campinas (SP).

A operação Dracarys, que prendeu o suspeito, investiga desmatamentos e queimadas ilegais nos municípios de Boca do Acre (AM) e Pauini (AM).

De acordo com a PF, o alvo é investigado por desmatar, provocar incêndios, impedir a regeneração da vegetação, além de falsidade ideológica e associação criminosa.

O suspeito foi levado para a Delegacia da PF em Campinas. Na cidade também foram cumpridos outros três mandados de busca.

Entenda abaixo mais detalhes do que se sabe até o momento sobre o esquema:

Desmatamento de floresta nativa
Operação da PF apura desmatamento e queimadas ilegais na Amazônia — Foto: Polícia Federal/Divulgação
Operação da PF apura desmatamento e queimadas ilegais na Amazônia — Foto: Polícia Federal/Divulgação

A PF suspeita que as áreas dos municípios de Boca do Acre e Pauini tenham sido escolhidas de maneira estratégica para dificultar a ação dos órgãos de fiscalização ambiental.

Isso “favoreceu a prática reiterada de crimes ambientais, como o desmatamento e a provocação de incêndios, longe da vigilância efetiva das autoridades, facilitando a exploração predatória e a impunidade, e criando um ambiente propício para a realização dessas atividades ilegais em larga escala”.

Além disso, segundo as investigações:

  • o esquema causou desmatamentos que suprimiram 1.672 hectares de floresta nativa situada em Gleba Pública Federal, além de queimadas que atingiram 2.368 hectares;
  • os danos estimados pelo setor técnico-pericial da Polícia Federal são de aproximadamente R$ 138 milhões.
Queimadas e prejuízos à saúde

Ainda segundo a Polícia Federal, a análise de imagens de satélite, capturadas no decurso do período de monitoramento, revelou que as queimadas na área devastada contribuíram para as emissões que formaram as densas nuvens de fumaça que afetaram a qualidade do ar em vastas regiões da Amazônia, especialmente entre os meses de setembro e outubro de 2024, com graves prejuízos à saúde das comunidades próximas e agravando a crise ambiental.

Mandados e bloqueio de bens

A operação cumpre 10 mandados judiciais expedidos pela 7ª Vara Federal da Justiça Federal do Amazonas, incluindo prisão, buscas e apreensões e cautelares diversas da prisão, nos municípios de Campinas (SP), Boca do Acre (AM) e Pauini (AM).

A Justiça Federal também determinou o bloqueio de bens móveis e imóveis de todos os investigados, incluindo contas bancárias e a indisponibilidade de patrimônio, visando garantir a reparação dos danos causados ao meio ambiente em R$ 138 milhões.

Operação Dracarys

A Operação Dracarys integra o Plano Nacional de Prevenção e Combate ao Desmatamento e Queimadas e é um marco no combate às práticas criminosas que assolam a Amazônia Legal, bioma reconhecido pela comunidade internacional como essencial à saúde do planeta.

A PF destaca que a operação reforça seu compromisso de “preservar o patrimônio natural do Brasil e assegurar a responsabilização dos criminosos que lucram com a devastação da Amazônia, ademais de desestimular práticas ilícitas em detrimento do meio ambiente”.

A palavra dracarys significa “dragão de fogo” na linguagem ficcional da obra literária “A Guerra dos Tronos”, de George R. R. Martin.

Documentos foram apreendidos pela PF de Campinas — Foto: Polícia Federal/Divulgação
Documentos foram apreendidos pela PF de Campinas — Foto: Polícia Federal/Divulgação


FONTE: Por G1 AM

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