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Canhões da Coroa Portuguesa são revelados devido à seca severa no interior do Amazonas

Peças fazem parte do arsenal que era usado na proteção do forte feita pelos portugueses em meio a expedições espanholas na região, hoje conhecida como Alto Solimões.

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Peças ajudaram a Coroa Portuguesa impor domínio na região — Foto: Reprodução

A seca severa que atinge o município de Tabatinga, no interior do Amazonas, revelou dois canhões usados na proteção do Forte São Francisco Xavier de Tabatinga. Ainda neste período, as ruínas do forte, já haviam sido reveladas devido ao baixo nível das águas. Esta é a maior seca na localidade registrada nos últimos 42 anos.

A medição do Serviço Geológico do Brasil (SGB), apontou que atualmente o Rio Solimões esta com a cota negativa de -1,91 metros, a menor já registrada em Tabatinga desde o inicio do monitoramento da Agência Nacional de Águas (ANA) em 1982.

As peças de artilharia, que pesam cerca de duas toneladas cada, foram encontradas durante uma pescaria entre amigos no sábado (14). Elas fazem parte do arsenal que era usado na proteção do forte feita pelos portugueses em meio a expedições espanholas na região, hoje conhecida como Alto Solimões.

O militar Alex Cajueiro contou que estava pescando e, no retorno, preferiu cortar caminho por dentro da água. Durante o percurso, acabou esbarrando nas peças de artilharia que estavam no rio.

Subimos aqui nessa direção e me deparei com alguma coisa muito grande, algum ferro, eu até me bati, mas não consegui identificar o que era. Aí eu chamei os amigos, eles vieram e aí viram que era um canhão. Nossa pescaria não foi boa, mas creio que a gente pescou essa relíquia que faz parte da nossa história”, relatou.

O Exército Brasileiro, por meio do 8º Batalhão de Infantaria de Selva vai ser o responsável pela remoção dos canhões do lugar onde foram encontrados.

O historiador Luís Ataíde explicou que além de impor autoridade contra a presença espanhola na região, os canhões também tinham o papel de coibir crimes de contrabando na área do Forte São Francisco Xavier.

“Estes canhões serviam para inibir o contrabando na nossa região e também para marcar e estabelecer força à coroa portuguesa na região do Alto Solimões. Quatro peças de canhões existiam, duas de calibre 12 de ferro e duas de bronze de calibre 4”, explicou o historiador.

A luta pela conquista da área de fronteira entre o Brasil, Colômbia e o Peru é marcado por dois momentos histórico, sendo eles: o Tratado de Madri, em 1750, que garantiu a soberania da região ao governo português; e o Tratado de Santo Idelfonso, em 1777, onde a coroa espanhola pede de volta à Portugal a área territorial onde hoje se encontra a região do Alto Solimões.

Para honrar a coragem dos militares, o Exército Brasileiro construiu um memorial que reproduz parte da estrutura do forte. O espaço, que inclui canhões e outras peças da época, pode ser visitado no Museu do Comando de Fronteira Solimões, dentro do Parque Zoobotânico de Tabatinga.

Apesar de ter sido inundado pelas águas do Solimões em 1932, o Forte São Francisco Xavier continua sendo um símbolo de resistência. Atualmente, está inscrito no Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos do Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Um dos canhões estava parcialmente submerso — Foto: Reprodução
Um dos canhões estava parcialmente submerso — Foto: Reprodução

FONTE: Por G1 AM

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