Após uma semana da morte precoce de Djidja Cardoso, o g1 preparou uma cronologia que mostra os acontecimentos envolvendo o caso da empresária e ex-sinhazinha do Boi Garantido, encontrada morta dentro da própria casa, em Manaus. A principal suspeita é que ela teve uma overdose de cetamina.
Ela, o irmão e a mãe já eram investigados há mais de um mês por envolvimento em um grupo religioso que forçava o uso da droga para alcançar uma falsa plenitude espiritual.
Confira abaixo a sequência dos acontecimentos do “Caso Djidja”:
18 de abril
A ex-sinhazinha do Boi Garantido, Djidja Cardoso, e o irmão dela, Ademar Cardoso, começaram a ser investigados pela polícia no meio de abril por envolvimento no grupo denominado “Pai, Mãe, Vida”. Segundo a polícia, o grupo forçava uso de cetamina em rituais na capital do Amazonas.
28 de maio
Djidja Cardoso foi encontrada morta dentro da própria residência, onde morava com a mãe e o irmão. Segundo uma fonte próxima à família, que não quis se identificar, parentes tentavam contato com ela por telefone e não conseguiam, então resolveram ir à casa da família. Ao entrar no imóvel, por volta das 6h (horário de Brasília), encontraram o corpo sobre a cama.
29 de maio
Familiares, amigos e o Boi Bumbá Garantido prestaram suas últimas homenagens à ex-sinhazinha Djidja Cardoso, durante velório na quarta-feira (29). No ato, o boi representou o carinho que a sinhazinha costuma fazer nele durante as apresentações no Festival Folclórico de Parintins. O enterro ocorreu horas depois, sem a presença de Cleusimar Cardoso, mãe de Djidja.
30 de maio
Dois dias após a morte, a Polícia Civil do Amazonas deflagrou a Operação Mandrágora, que resultou na prisão de Cleusimar e Ademar Cardoso, mãe e irmão de Djidja, além de Verônica Seixas, Claudiele da Silva, todos funcionários da família.
31 de maio
No dia seguinte, após as primeiras prisões, Cleusimar e Ademar Cardoso, Verônica Seixas e Claudiele da Silva passaram por audiência de custódia, tiveram as prisões mantida e foram encaminhados para unidades prisionais.
O quinto suspeito de envolvimento no crime, o maquiador do salão, Marlisson Vasconcelos, se entregou na delegacia e também foi preso, no fim da tarde.
Em novas buscas, a Polícia Civil do Amazonas apreendeu cetamina, ampolas e seringas em salões de beleza da família da ex-sinhazinha do Boi Garantido e em uma clínica veterinária.
1º de junho
Marlisson Vasconcelos passou por audiência de custódia, a Justiça do Amazonas manteve a prisão do maquiador e ele foi levado para um presídio.
2 de junho
Na manhã de domingo (2), a advogada da família Cardoso, Lidiane Roque, fez uma coletiva de imprensa onde disse que a mãe e irmão de Djidja, além de Verônica da Costa, gerente da rede de salões de beleza da família, estão sofrendo com crises de abstinência por cetamina dentro das unidades prisionais em que estão custodiados.
A defesa disse ainda que ia entrar com pedido de internação compulsória devido a dependência química deles pela cetamina, substância usada como anestésico – de uso humano e veterinário -, analgésico e até no tratamento da depressão.
3 de junho
O personal trainer Bruno Roberto, ex-namorado de Djidja Cardoso, prestou depoimento à polícia como testemunha. Conforme apuração da Rede Amazônica, ele contou que teria se afastado da ex-sinhazinha e do grupo religioso criado pela família dela após ser advertido por um médico sobre os riscos do uso da cetamina.
4 de junho
O ex-personal trainer da família Cardoso, Hatus Silveira, revelou que Djidja Cardoso aplicou cetamina de surpresa nele durante uma visita até a casa onde ela morava. Ele prestou, durante duas horas, depoimento à polícia sobre a relação que teve com a família Cardoso.
A polícia também encontrou o carro que ela usava abandonado em um estacionamento, na avenida Álvaro Maia, bairro Praça 14, Zona Sul da capital do Amazonas. O advogado do ex-namorado da sinhazinha, Bruno Roberto, foi até a delegacia e informou que ele teria deixado o veículo no local após uma pane mecânica enquanto ele ia para o velório dela.
FONTE: Por G1 AM