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Caso Djidja: irmão é suspeito de estuprar e causar aborto de ex-namorada que era mantida em cárcere sob efeito de cetamina, diz polícia

Ex-companheira, de 27 anos, informou à polícia que foi aliciada por ele para entrar no grupo religioso e passou a usar a cetamina. Ademar Cardoso, irmão de Djidja, foi preso junto com a mãe.

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Ademar Cardoso, irmão da ex-sinhazinha achada morta em Manaus — Foto: Redes sociais

Ademar Farias Cardoso Neto, de 29 anos, irmão da ex-sinhazinha do boi-bumbá Garantido, Djidja Cardoso, achada morta em Manaus, é investigado por uma série de crimes que envolvem um grupo religioso denominado “Pai, Mãe, Vida”, que era chefiado por ele e a mãe, Cleusimar Cardoso, em Manaus.

O irmão e a mãe da ex-sinhazinha, e outros três funcionários da rede de salões de beleza da família Cardoso, foram presos na Operação Mandrágora, deflagrada após a morte de Djidja. Os cinco presos responderão por 13 crimes, segundo a polícia.

Além de tráfico de drogas e associação para o tráfico, entre os crimes dos quais Ademar é suspeito estão: aborto induzido sem o consentimento da gestante, estupro de vulnerável, sequestro, cárcere privado e colocar em risco a saúde ou a vida de terceiros.

Uma das vítimas de Ademar foi a ex-companheira dele, uma mulher de 27 anos, que relatou ter sido aliciada por ele para entrar no grupo religioso, e ter passado a usar a cetamina.

Conforme as investigações, há indícios de que a vítima sofreu um aborto dentro da casa por causa do uso da droga.

“Ela era obrigada a usar a droga e sofria abuso sexual quando estava fora de si”, disse Cícero Túlio, delegado responsável pelo caso.

Segundo a Polícia Civil, o caso envolvendo a família Cardoso estava sendo investigado há mais de 40 dias, e Djidja Cardoso também fazia parte do esquema.

A suspeita é que a morte da ex-sinhazinha foi causado por overdose de cetamina, pois o corpo dela foi encontrado pelos policiais com sinais de uso excessivo da substância.

A Polícia Civil aguarda o resultado do exame de necropsia realizado pelo Instituto Médico Legal (IML), que deve sair em até 30 dias.

‘Guru’

Em publicações nas redes sociais, Ademar se apresentava como um tipo de “guru” que poderia ajudar as pessoas a “sair da Matrix”, que seria ir para o “plano superior” citado pelo grupo.

“Saia da Matrix e venha viver esse amor em ‘Uno’ comigo! Me manda um direct se você estiver perdido em sua trajetória existencial, se quiseres respostas que nunca conseguiram te dar, eu posso te ajudar”, disse em uma das publicações.

Ademar e a mãe também possuem o nome do grupo tatuado no corpo.

Ademar e Cleusimar exibem tatuagens com nome do grupo religioso — Foto: Divulgação
Ademar e Cleusimar exibem tatuagens com nome do grupo religioso — Foto: Divulgação
Abstinência em presídio

Ademar e a mãe estão presos há quatro dias. Segundo a defesa da família, eles estão sofrendo com crises de abstinência por cetamina dentro das unidades prisionais em que estão custodiados.

Verônica da Costa, gerente da rede de salões de beleza da família Cardoso, também tem sofrido com a situação na unidade em que está presa.

Conforme a advogada de defesa, Lidiane Roque, a mãe da ex-sinhazinha vive crises mais intensas. Ela apresenta características de abstinência, como tremedeira, muito suor e ansiedade. Um dos advogados solicitou que ela recebesse algum tratamento médico na enfermaria do presídio.

Ademar, Cleusimar e Verônica foram os primeiros presos na Operação Mandrágora, na quinta-feira (30). Eles estavam sob efeito da droga quando foram localizados tentando fugir da polícia, na casa onde a Djidja foi encontrada morta, no bairro Cidade Nova, Zona Norte de Manaus.

Também estão presos Claudiele Santos da Silva e Marlisson Vasconcelos Dantas, suspeitos de participar do grupo religioso que realizava rituais em que promoviam o uso indiscriminado de cetamina, droga sintética de uso humano e veterinário, segundo a polícia.

FONTE: Por G1 AM

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