Início Política Almirante delatado por Mauro Cid trabalhou por 45 dias no governo Lula

Almirante delatado por Mauro Cid trabalhou por 45 dias no governo Lula

Almir Garnier Santos foi membro do Comitê-Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior

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Ex-comandante da Marinha, almirante da reserva Almir Garnier Santos, na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro. Tânia Rêgo/Agência Brasil

O almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha delatado por supostamente apoiar um golpe de Estado, ficou durante 45 dias no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

É o que mostram os registros do Comitê-Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (CEGCCE). Garnier era membro representante da Presidência da República até ser dispensado, em 14 de fevereiro deste ano.

A dispensa foi publicada no Diário Oficial da União (DOU).

Edição do Diário Oficial que mostra dispensa de Garnier / Reprodução

O almirante Almir Garnier foi alçado ao cargo de membro do CEGCCE após deixar o posto mais alto da Marinha do Brasil, no fim de dezembro do ano passado. A CNN questionou o Planalto sobre o motivo da dispensa do almirante, mas ainda não teve retorno.

Delação

O tenente-coronel Mauro Cid disse à Polícia Federal que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se reuniu com a cúpula do Exército, da Marinha e da Aeronáutica para discutir detalhes de um plano de golpe para não deixar o poder.

O encontro teria ocorrido quando Bolsonaro ainda estava na presidência, após as eleições do ano passado. A delação implica diretamente o almirante Garnier, ex-chefe da Marinha.

A informação, confirmada pela CNN, foi revelada primeiramente por O Globo e UOL na manhã da quinta-feira (21).

Segundo fontes com acesso à investigação, Cid detalhou uma reunião de Bolsonaro com a cúpula militar. No encontro, as Forças Armadas teriam sido consultadas sobre a possibilidade de uma intervenção militar.

A resposta do então comandante da Marinha, ainda segundo Mauro Cid, teria sido que as tropas estavam prontas para agir, apenas aguardando uma ordem dele. Já o comando do Exército não teria aceitado o plano.

CNN tentou contato com o almirante Garnier e familiares dele, mas não obteve retorno.

A Marinha do Brasil divulgou uma nota à imprensa esclarecendo que “não teve acesso ao conteúdo de delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid” e “não se manifesta sobre processos investigatórios em curso no âmbito do Poder Judiciário”.

Os advogados de defesa de Jair Bolsonaro (PL) emitiram um comunicado alegando que o ex-presidente “jamais compactuou” com qualquer movimento ilegal.

FONTE: Por CNN

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