A delação de Élcio de Queiroz, ex-policial militar envolvido no assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, parece ter surtido o efeito que os investigadores da força-tarefa queriam. Pessoas próximas ao ex-bombeiro Maxwell Corrêa, preso na segunda-feira passada (24), relatam que ele está disposto a colaborar com a Polícia Federal (PF).
Após ser preso preventivamente, o ex-bombeiro conhecido como “Suel” ficou na carceragem da PF durante um dia, dormiu na cela sozinho e foi transferido para o presídio federal de Brasília, de segurança máxima, onde está isolado em uma cela de 7m².
A CNN apurou que, antes de sair do Rio de Janeiro para o Distrito Federal, Suel conversou com sua equipe de advogados e familiares sobre o caso. Segundo interlocutores, o ex-militar disse que não tinha muito com o que colaborar com as investigações, mas foi orientado a falar o que sabe.
“Mas antes queremos saber o que a Polícia Federal quer saber dele”, disse uma pessoa próxima, à CNN, sobre possível delação.
Segundo ela, sabendo o que os investigadores querem saber dele e como ele poderia colaborar para ganhar algum possível benefício em delação, a defesa avaliaria um acordo e falaria a versão dele na história.
A reportagem apurou que a PF tem interesse em ouvir o ex-bombeiro.
O caso é tratado como prioridade pelo Ministério da Justiça desde fevereiro, quando uma força-tarefa entre PF e Ministério Público do Rio de Janeiro (MPERJ) foi montada. Desde então, novos depoimentos foram colhidos e a investigação avançou.
Delação de Élcio
O ex-policial militar Élcio Queiroz afirmou, em delação premiada firmada em julho, que o policial reformado Ronnie Lessa foi o autor dos disparos que assassinaram a vereadora carioca e seu motorista.
Queiroz também acusou o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa como o responsável por fazer “campana” e seguir os passos de Marielle, além de levar o carro usado no crime para um desmanche.
“O senhor Élcio fez uma delação premiada, essa delação foi homologada e resultou na operação de hoje. Ele revelou a participação de um terceiro indivíduo [o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa] e confirmou a participação dele próprio, do Ronnie Lessa e outras pessoas como copartícipes”, disse o ministro da Justiça, Flávio Dino, em coletiva de imprensa na segunda-feira passada.
Em 14 de março de 2018, o carro de Marielle e Anderson foi alvejado com 13 tiros de uma submetralhadora HK MP5. A vereadora foi atingida por quatro tiros na cabeça e o motorista, por três. Os dois morreram no local.
Élcio e Ronnie estão presos acusados pelo crime, mas os investigadores ainda buscam saber quem mandou matar Marielle e o motivo.
FONTE: Por CNN